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A ilusão de um povo anestesiado

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 1 de mar.
  • 2 min de leitura

O Carnaval se tornou o grande teatro da inversão de valores. O que antes poderia ser visto como uma mera festividade popular, hoje se revela como um espetáculo de degradação moral, onde símbolos são distorcidos e a cultura é usada como ferramenta de ataque aos princípios que sustentam nossa sociedade. O que se vê não é apenas folia, mas um culto à depravação, à luxúria desenfreada e, em muitos casos, à exaltação do próprio demônio, não mais como uma provocação, mas como protagonista de um show a céu aberto.


Não é coincidência que, ano após ano, as escolas de samba e os blocos promovam uma ridicularização das referências cristãs e um deboche do que há de mais sagrado para grande parte da população. É um processo contínuo de corrosão da identidade nacional, onde a fé é escarnecida, os símbolos são subvertidos e o que antes era inaceitável passa a ser normalizado. O objetivo é claro: esvaziar a cultura brasileira de seus valores e abrir espaço para uma nova narrativa, construída sobre a desconstrução dos pilares históricos e morais do país.


Mas o que resta depois da festa? Ruas imundas, ressaca moral, violência, gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e um rastro de arrependimento para muitos. O povo, que por alguns dias esqueceu da realidade em meio à embriaguez coletiva, volta à rotina sem perceber que continua a ser manipulado. Enquanto a nação afunda em crises econômicas, censura e corrupção desenfreada, multidões gastam suas energias pulando atrás de trios elétricos, como se tudo estivesse em perfeita ordem.


É triste constatar que o brasileiro, historicamente passivo diante do desmonte de suas liberdades, só demonstra entusiasmo quando se trata de festa. As mesmas multidões que se unem para celebrar a promiscuidade e a alienação poderiam estar nas ruas exigindo justiça, lutando contra a opressão estatal e reivindicando um futuro digno. Mas não. O Carnaval serve como uma válvula de escape para uma sociedade que prefere se anestesiar a encarar a dura realidade.


E assim seguimos, com um povo que se entrega ao circo sem perceber que o pão está cada vez mais escasso. Enquanto os verdadeiros donos do poder consolidam seus projetos autoritários, a massa se embriaga de prazeres efêmeros, sem perceber que a conta dessa alienação já está sendo cobrada. E quando a ressaca do Carnaval passar, restará apenas o vazio – e a dura realidade de que a liberdade, perdida por omissão, dificilmente será recuperada.

 
 
 

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