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A Quaresma e o caminho da verdadeira penitência

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 5 de mar.
  • 2 min de leitura

A Quaresma é, por sua essência, um convite à introspecção profunda, à penitência e à oração sincera. É o tempo em que a alma, ansiosa por reencontrar seu Criador, é chamada a se afastar das sombras do pecado e se aproximar da luz da conversão. Durante 40 dias, somos convidados a olhar para dentro de nós mesmos, refletir sobre nossas falhas e nos preparar espiritualmente para a celebração da Páscoa — a vitória de Cristo sobre a morte, a promessa de uma vida nova.

No entanto, nos últimos tempos, as Campanhas da Fraternidade, promovidas por certas correntes dentro da Igreja, têm desviado os olhos dos fiéis da verdadeira razão de ser da Quaresma. E isso, de forma sutil, mas eficaz. Em vez de nos conduzir ao caminho da penitência, ao sacrifício e à oração, essas campanhas nos apresentam temas que, embora nobres, não têm lugar neste período de preparação para a Páscoa. Elas falam de abraços ao pobre, de acolhimento ao pecador, de iniciativas sociais e ambientais — todas muito dignas, mas que nada têm a ver com o propósito da Quaresma.

Neste tempo de purificação, não devemos nos perder em gestos simbólicos ou em falsas promessas de salvação sem conversão. Não é o simples ato de dar ou receber que nos transforma, mas a disposição interior de reconhecer nossos pecados, de fazer penitência, de nos distanciar do “velho homem” que ainda mora em nós. A Quaresma é um momento de renovação espiritual, uma jornada que deve nos levar à Cruz de Cristo, onde o sofrimento e o amor se encontram para nos oferecer a verdadeira libertação.

A Campanha da Fraternidade, ao nos afastar da centralidade da Cruz, desvia o foco daquilo que deve ser o coração de nossa caminhada: a cruz de Cristo, o sacrifício de Seu corpo e Sua entrega por cada um de nós. Não são os gestos de solidariedade vazios, nem as ações que não exigem mudança interior que nos preparam para a Páscoa. A verdadeira preparação é feita no silêncio da oração, na reflexão profunda sobre a morte do “homem velho” em nós, para que, purificados e renovados, possamos acompanhar Cristo em Sua paixão, morte e ressurreição.

Por isso, se queremos viver a Quaresma com toda a sua profundidade, com o coração voltado para a verdadeira conversão, que a Cruz de Cristo seja sempre o nosso guia. Pois a Quaresma não é um tempo de celebração de um amor superficial e vazio, mas uma jornada dolorosa e cheia de esperança, que nos conduz, sem desvios, à glória da Ressurreição. E só através da Cruz é que a vida verdadeira se revela.

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