Araxá à beira do colapso financeiro
- Gi Palermi
- 13 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de fev.
A situação financeira do município de Araxá não parece nada bem. A cidade, conhecida por seu potencial e importância no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, enfrenta uma crise financeira que já assusta aqueles que acompanham o dia-a-dia político mais de perto.
Uma sucessão de situações de falta de pagamento da Prefeitura dão a entender que os cofres públicos estão vazios. Se por um lado falta dinheiro para arcar com os compromissos, por outro falta transparência com as contas públicas. Enquanto a população está sem entender como a cidade chegou a esse ponto, a administração Robson Magela, que já estava à frente da Prefeitura nos últimos quatro anos, parece não achar necessário dar uma explicação convincente.
Um dos casos mais graves foi veio a público na última sexta-feira, 10 de janeiro, no programa Cidade Urgente, da Rádio Cidade Araxá, e envolve as pensões alimentícias. O valor, que é descontado diretamente do salário dos servidores municipais, não chegou ao destino.
Uma mãe, que depende desse dinheiro para sustentar os filhos, denunciou que foi jogada de um lado para o outro: a Prefeitura diz que é problema do banco, o banco diz que é problema da Prefeitura, e o dinheiro continua desaparecido. A situação atinge diretamente as famílias e expõe a falta de responsabilidade da gestão. Onde foi parar o dinheiro que foi descontado na folha de pagamento dos servidores?
Até o abono natalino prometido aos aposentados e pensionistas até 31 de dezembro, ficou pelo caminho. A administração municipal jogou a culpa no Iprema, o Instituto de Previdência Municipal, mas o Instituto se defendeu dizendo que não recebeu o repasse da Prefeitura para efetuar os pagamentos.
Esse é um problema que afeta diretamente 1.050 segurados pelo Iprema, cujo abono natalino tem uma folha de pagamento que soma 2 milhões e 900 mil reais. Esses servidores, que já contribuíram tanto para a cidade, ficaram sem o que lhes era de direito.
Outro problema sério envolve o Hospital Santa Casa de Misericórdia de Araxá, que presta serviços de saúde para o município e não recebeu o pagamento pelos atendimentos realizados nos meses de junho, agosto, setembro e outubro. A dívida ultrapassa 2 milhões e 400 mil reais.
E não dá nem para dizer que o hospital está pedindo ajuda, recorrendo àquele discurso de que a Prefeitura não pode fazer repasses a instituições que não são públicas. Nesse caso, o hospital não está pedindo uma doação: a Santa Casa simplesmente não foi paga por serviços contratados.
O curioso neste caso é que a partir de novembro subitamente a população de Araxá parece não ter mais precisado de leitos pagos pela Prefeitura. Já que, desde que foi encerrado o período eleitoral, a administração Robson Magela não contratou mais leitos da Santa Casa de Misericórdia.
Mas o maior problema é que sem o pagamento pelos serviços prestados, a Santa Casa não conseguiu até agora arcar com a folha de pagamento dos funcionários referente ao mês de dezembro. E, para pagar o 13° precisou recorrer a empréstimo bancário.
Em tudo isso, o que mais incomoda é a falta de transparência. Ninguém assume a responsabilidade nem vem à público explicar onde foi parar o dinheiro público.
É como se a cidade estivesse em um barco furado, com a água entrando por todos os lados. Ou a administração toma as rédeas e começa a tapar os buracos, ou o barco vai afundar de vez. E a cidade não pode ser levada à falência por descaso ou incompetência.
Com Robson Magela iniciando o novo mandato, a expectativa é de que ele explique como pretende tirar Araxá desse buraco que parece ter sido cavado por ele mesmo.
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