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Araxá: o prêmio dourado e a realidade opaca da educação

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 13 de fev.
  • 2 min de leitura

Na última segunda-feira (10.fev.2025), a administração Robson Magela celebrou com pompa e entusiasmo a conquista do Selo Ouro na alfabetização infantil, prêmio que, segundo a administração, evidencia o compromisso da gestão com a educação de qualidade. Em um evento solene realizado em Brasília, Robson Magela exaltou o reconhecimento nacional e destacou os investimentos realizados na área.


Porém, enquanto o governo municipal comemorava o troféu simbólico, a realidade das escolas e creches da cidade apresentava um contraste gritante. No mesmo dia, era a volta às aulas na rede municipal de educação e os alunos foram recebidos com um cardápio limitado, composto por apenas arroz, feijão, macarrão, cenoura e batata. A justificativa oficial? Um atraso na entrega de carnes, conforme informado em circular enviada pelo setor de nutrição. A orientação aos responsáveis pela alimentação escolar era “usar a criatividade” para oferecer um lanche saboroso sem carne.


O fornecimento foi restabelecido na quinta-feira 13 de fevereiro, mas a situação deixou claro que o planejamento nutricional foi negligenciado.


O cenário de escassez não parou por aí. Outro comunicado, dessa vez direcionado aos professores, solicitava que os mesmos verificassem se possuíam estoques de cadernos para doar aos alunos. Já que o material escolar, essencial para o aprendizado, só chegará no final de março. Além disso, os docentes foram instruídos a orientar os pais a comprar cadernos mais simples para o início do ano letivo.


Diante dessa situação, surgem perguntas inevitáveis: como um município que se orgulha de ser referência nacional em educação permite que seus alunos enfrentem dificuldades básicas como falta de material e alimentação adequada? Como se vangloriar de um prêmio enquanto as crianças da rede municipal começam o ano letivo sem o mínimo necessário para estudar e se alimentar de forma saudável?


A conquista de um selo pode servir como propaganda política, mas não alimenta nem educa de fato as crianças da cidade. Educação de qualidade vai além de números e certificações; exige estrutura, planejamento e respeito pelas necessidades reais dos alunos. Enquanto a prefeitura celebra sua vitória institucional, pais, professores e alunos lidam com os desafios práticos de um sistema que, na prática, ainda deixa muito a desejar.

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