Bosco na mira do MP por verba indenizatória
- Gi Palermi
- 10 de abr.
- 2 min de leitura
O deputado estadual Bosco (Cidadania) é alvo de investigação pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por uma suspeita séria: o possível uso indevido da verba indenizatória da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A apuração foi aberta no dia 28 de março e visa esclarecer se o parlamentar utilizou recursos públicos para ajudar na campanha eleitoral de seu filho, João Bosco Júnior, eleito vice-prefeito de Araxá no ano passado.
A investigação ainda está no começo. Ela tramita na 17ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte e, por enquanto, os envolvidos ainda não foram ouvidos formalmente. A suspeita é que parte da verba, que deveria servir exclusivamente para despesas do mandato, tenha sido usada de forma indevida durante o período eleitoral em Araxá.
Mas, afinal, o que é essa tal de verba indenizatória?
Pense nela como um “reembolso oficial”. Cada deputado tem direito a usar até R$ 31.500,00 por mês para cobrir despesas ligadas ao trabalho parlamentar. Isso inclui gastos com combustível, aluguel de escritório político, hospedagens em viagens oficiais, consultorias, internet, passagens e até divulgação das atividades do mandato. O deputado paga do próprio bolso e depois é ressarcido, desde que comprove tudo com nota fiscal.
Os gastos com verba indenizatória estão disponíveis no Portal da Transparência da ALMG. Em janeiro de 2025, o deputado Bosco declarou despesas no valor total de R$ 25.166,37, distribuídos da seguinte forma:
R$ 13 mil com locação de veículos
R$ 7.233,64 com combustíveis
R$ 3.629,71 com aluguel de imóvel
R$ 1.025,72 com passagens e alimentação
R$ 277,30 com material de escritório
A lei, no entanto, é clara: essa verba não pode ser usada para fins pessoais ou eleitorais. É como uma cerca que protege o dinheiro público — se alguém pula, pode ter que responder por isso.
Por meio de sua assessoria, o deputado informou que se trata de uma denúncia motivada pelo contexto eleitoral municipal de Araxá, como tantas outras que costumam surgir durante disputas políticas.
A assessoria reiterou que o parlamentar jamais utilizou recursos públicos para fins eleitorais, seja em Araxá ou em qualquer outro município onde atua.
Segundo a nota oficial, a acusação é infundada, movida por interesses políticos e será devidamente apurada e esclarecida. O deputado afirma estar à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento que se fizer necessário.
Por ora, o caso segue em fase de apuração e nenhuma conclusão foi tomada. Cabe ao Ministério Público reunir documentos, ouvir os envolvidos e decidir se houve ou não uso indevido de dinheiro público. Até lá, o deputado segue exercendo normalmente seu mandato.
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