Cela para Clesão, casa para Brazão
- Gi Palermi
- 11 de abr.
- 2 min de leitura
Clesão morreu. Morreu na cadeia, sozinho, com sintomas de desmaios e falta de ar. Apresentava um quadro de saúde delicado, com risco real de morte. Ainda assim, permaneceu preso. Nem mesmo o parecer da Procuradoria-Geral da República, favorável à sua prisão domiciliar, foi suficiente para que a Justiça reconsiderasse. O resultado? Um brasileiro morto sob custódia do Estado. Um preso do 8 de janeiro, tratado como inimigo, não como cidadão.
Agora, o Brasil assiste à liberação de prisão de um dos acusados por um dos crimes mais explorado pela mídia dos últimos tempos. Chiquinho Brazão, apontado como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, recebeu o benefício da prisão domiciliar nesta sexta-feira (11.abr.2025). A justificativa? Problemas de saúde. Ninguém viu laudo. Não houve parecer da PGR. Mas a caneta de Alexandre de Moraes pesou — ou melhor, aliviou.
Vamos ser francos?
Marielle perdeu toda a utilidade para a esquerda brasileira. Desde 2018, em nenhum momento o verdadeiro objetivo da militância foi fazer justiça pela morte da vereadora e de seu motorista. Tudo o que a esquerda queria era associar o caso a Jair Bolsonaro. O slogan “Quem mandou matar Marielle?” virou jargão, virou bordão de camiseta, bandeira e postagem lacradora. Mas só enquanto servia para atacar a direita.
Quando se descobriu que o suposto mandante — digo suposto porque o caso ainda não foi julgado — era um deputado da base do governo Lula, o interesse evaporou. O caso perdeu apelo. Brazão pode ir para casa, e ninguém se escandaliza. A impunidade já não choca. A indignação, que antes era combustível de passeata, agora virou poeira sob o tapete.
O novo mantra para a militância passa a ser: “Quem mandou calar a boca dos lulistas que fingiam defender Marielle?”. Porque a verdade é uma só: Marielle só importava enquanto servia para atingir Bolsonaro. Agora que se revelou o elo do crime com a esquerda, o caso se tornou irrelevante. Superado. Antigo. Tal como Queiroz, as joias da Arábia ou o cartão de vacina.
Ah, e só pra lembrar: a irmã da Marielle continua ministra. O que ela fez ou faz, além de ter denunciado um colega por assédio, ninguém sabe ao certo. Mas segue lá. Nomeada, bem paga, sem entregar absolutamente nada. Porque no Brasil de 2025, a justiça tem lado. E o lado certo não é o da lei — é o lado de quem a esquerda protege.
No fim das contas, Clesão morreu esperando o que Brazão recebeu de bandeja: o direito de se tratar fora da prisão. E a esquerda, que sempre gritou por justiça, hoje cala. Talvez por conveniência. Talvez por vergonha.
Mas justiça mesmo... essa continua sendo só um detalhe.
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