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Educação top 20 vs realidade

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 30 de jan.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 1 de fev.

Araxá foi reconhecida como uma das 20 melhores cidades para investir em educação no Brasil, segundo um estudo da consultoria Urban Systems. A Prefeitura, claro, comemorou o resultado, exaltando os investimentos aplicados no setor. Mas na prática, quem trabalha na educação sabe que a realidade não é tão bonita quanto o ranking faz parecer. Enquanto a administração Robson Magela exibe números e fala em avanços, parte dos profissionais da educação continuam sem receber os direitos que a própria administração Robson Magela garantiu há mais de um ano e meio.


Em 24 de maio de 2023, a gestão Robson Magela aprovou o Plano de Cargos e Salários do Quadro Geral e o Plano de Carreira da Educação. Foi uma promessa grandiosa: corrigir injustiças, garantir direitos que estavam no papel desde 1990 e beneficiar quase 5 mil servidores, injetando cerca de R$ 45 milhões na economia local. Mas promessa não paga conta, e até agora, há profissionais que não viram um centavo a mais no salário.


O caso dos coordenadores de unidade escolar é um exemplo. Esses profissionais concursados foram convidados para a função de confiança da administração, mas o adicional de 20% que deveria ser pago a eles simplesmente até agora não chegou. Ou seja, a Prefeitura fez um plano, a Câmara o aprovou em lei, mas o ignora em parte quando chega a hora de cumprir. Na prática, parte do plano virou um papel bonito guardado na gaveta, enquanto os servidores continuam esperando.


O estudo da Urban Systems, que colocou Araxá no ranking, leva em conta 12 indicadores, como número de matrículas, qualidade da infraestrutura e oferta de ensino superior. E aqui é importante destacar dois pontos. Primeiro que o ensino superior nada tem haver com o município. E segundo que a pesquisa analisa dados objetivos, como investimentos e crescimento da rede educacional, mas não mede a satisfação dos profissionais que atuam no setor. Ou seja, a administração pode ter melhorado em alguns aspectos estruturais, mas isso não significa que tudo vai bem na educação. O ranking mostra números, mas não revela a realidade de quem está dentro das escolas, lidando com promessas não cumpridas e desvalorização.


A matéria do jornal que destaca a presença de Araxá no ranking, afirma que a cidade investiu R$ 18 milhões em escolas e creches entre 2022 e 2023. Mas, de que adianta reformar prédios se os profissionais que fazem a educação funcionar são mantidos em cozimento em banho Maria? O reconhecimento no ranking pode ser usado para propaganda, mas não coloca comida na mesa de ninguém.


Se a administração Robson Magela e Bosco Júnior quer mesmo ser lembrada pela qualidade da educação em Araxá, deveria começar cumprindo suas próprias leis. Educação não se faz só com discursos e fotos bem produzidas publicadas nas páginas de jornais e nas redes sociais. Se a Prefeitura prometeu valorizar os profissionais, que cumpra o combinado. Caso contrário, essa posição no ranking não passa de marketing político em cima do trabalho de quem realmente faz a educação acontecer.

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