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Ex-vereadora trans presa é denunciada por extorsão

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 17 de mai. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 2 de jun. de 2022

Pâmela Volp teria criado e estaria no comando de um esquema de extorsão na penitenciária de Uberlândia.



A ex-vereadora trans de Uberlândia Pâmela Volp, que está presa na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga desde novembro de 2021 por exploração sexual de travestis, é agora denunciada por ter criado e estar no comandando de um esquema de extorsão dentro da unidade prisional.


Segundo a Polícia Militar a denúncia foi feita na segunda-feira (16 de maio) por quatro detentos. Os relatos deram conta que a ex-vereadora teria estabelecido um sistema para comércio de cigarros, materiais de limpeza, comida e outros produtos na ala LGBT. O esquema funcionaria através de trocas nas quais para adquirir um item os detentos teriam que pagar com outro material. Caso não fosse pago dentro do prazo e condições estipuladas, os presos apanhavam e eram privados de direitos básicos como a refeição fornecida pela penitenciária.


Durante buscas realizadas na cela da ex-vereadora foram encontrados diversos produtos de limpeza, cigarros e doces, que foram recolhidos e entregues para a Polícia Militar. Em nota, a defesa de Pâmela Volp disse que "estavam tentando armar para ela" e que os produtos encontrados na cela foram enviados pela família. A Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar os fatos.


Denúncias


Uma das vítimas, de 24 anos, afirmou ter sido agredida por duas pessoas a mando da ex-vereadora. O motivo seria que Pâmela criou um teste para identificar se homossexuais presos da ala LBTQ eram "passivos ou ativos" e essa vítima se recusou a fazê-lo, sofrendo as agressões. Outra vítima, de 28 anos, contou que foi ameaçada e que pessoas trabalham a mando de Pâmela, além dela ter uma rede de proteção. A terceira vítima, de 46 anos, relatou aos policiais ter uma dívida de R$ 2,5 mil com Pâmela. A punição foi ficar sem refeições fornecidas pelo presídio, além de uma agressão violenta. E, mesmo assim, a dívida não foi considerada paga.


Operação 'Libertas'


No dia 8 de novembro de 2021, a exploração sexual de travestis e transexuais foi alvo de investigação em Uberlândia. Na ocasião, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a 1ª fase da Operação "Libertas", que visava combater uma organização criminosa e, entre os alvos, estavam a ex-vereadora Pâmela Volp, a filha dela, Paula Volp, e Lamar Bionda.


Conforme o Gaeco, Paula cuidava da questão financeira da quadrilha, enquanto Lamar e Pâmela dividiam Uberlândia em duas partes para a exploração sexual das travestis, cada uma comandava uma área da cidade.


Durante a investigação, Pâmela e Paula Volp foram denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPPG), na mesma operação, por uma tentativa de latrocínio ocorrida em 2018 contra uma travesti, em Uberlândia.


Entre os delitos cometidos pela quadrilha estão: associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo.


Ainda segundo o MPMG, há relatos de que o esquema criminoso tenha iniciado em 1992.


Mandato cassado


Em 2020, Pâmela Volp teve o mandato cassado na Câmara Municipal de Uberlândia. Ela teve o nome ligado na Operação “Má Impressão”, desencadeada pelo Gaeco em 2019, que apurou um esquema de desvio de verbas indenizatórias por meio da contratação de serviços gráficos. Mas antes disso, a ex-vereadora esteve envolvida e foi processada em outra investigação.


Durante a Operação "Caraxué", da Polícia Federal, desencadeada em outubro de 2006, foram presas 9 pessoas em Uberlândia, Florianópolis (SC) e Franca (SP). Na ação, a polícia encontrou 12 travestis que se prostituíam em uma casa de Volp no Bairro Chácaras Tubalina.


Em 2014, a ex-vereadora foi condenada, junto a outras 6 pessoas, pela Justiça Federal por envolvimento com o tráfico internacional de pessoas. Conforme a decisão, o esquema envolvia o "comércio" de travestis e mulheres para países como a Itália e a Espanha.


Na época, Volp e outras 2 pessoas foram apontadas pela Justiça como chefes do esquema e foram condenadas a cumprir a pena em regime fechado. Além disso, 4 pessoas tiveram penas entre 6 e sete 7 no regime semiaberto. No entanto, a ex-vereadora recorreu da decisão e o caso foi para segunda instância.


No julgamento em segunda instância, ela foi absolvida pelos crimes de tráfico de pessoas e rufianismo - quando a pessoa toma vantagem da prostituição alheia. Porém, Pâmela foi condenada pela pena mínima pelo crime de favorecimento à prostituição.

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