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Foro de São Paulo e PCCh realizam conferência em Pequim

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 10 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Com o tema “Relações entre China e América Latina na Nova Era”, o seminário foi organizado pelo Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista Chinês.



O Foro de São Paulo, organização transnacional que congrega os principais partidos socialistas, comunistas e forças revolucionárias comunistas na América Latina, informou em seu website oficial ter participado em maio deste ano de um seminário online organizado pelo Partido Comunista Chinês.


Com o tema “Relações entre China e América Latina na Nova Era”, o seminário foi organizado pelo Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, e teve como objetivo dar andamento à influência crescente do regime de ditadura comunista chinesa nos assuntos políticos internos dos países latino-americanos.


Esta ingerência, que tem como pano de fundo os interesses expansionistas do regime comunista chinês se dá, entre outros, pela estreita cooperação e articulação política do Partido Comunista Chinês com os partidos políticos de esquerda dos países latino-americanos por meio do Foro de São Paulo.


Partidos políticos de esquerda de cerca de quinze países latino-americanos participaram da videoconferência realizada em Pequim no dia 10 de maio deste ano. Dentre os participantes estavam a vice-ministra do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, Shen Beili, e a secretária-executiva do Foro de São Paulo, Mônica Valente, membro da Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil.


Participaram do seminário um total de trinta partidos comunistas e socialistas da Argentina, Brasil, Uruguai, Cuba, Nicarágua, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela.


Em sua fala, Shen Beili reconheceu o papel desempenhado pelo Foro de São Paulo, descrito por ela como sendo uma “plataforma importante para as forças de esquerda” na América Latina. A representante do Partido Comunista Chinês afirmou também “a China está disposta a trabalhar com a América Latina para (…) a construção de uma comunidade sino-americana com um futuro compartilhado”.


O que o Partido Comunista Chinês chama de futuro compartilhado é a colocação de toda a América Latina sob a esfera de influência chinesa por meio do solapamento das soberanias nacionais dos países da região, colocando-os todos a serviço dos interesses geoestratégicos chineses, especialmente no que diz respeito ao acesso a recursos naturais e produção agrícola a ser destinada ao mercado chinês.


Para atingir este objetivo, que se insere no projeto de natureza colonialista de longo prazo do Partido Comunista Chinês denominado Road and Belt, a ditadura comunista chinesa conta com o apoio da esquerda revolucionária latino-americana reunida e articulada no Foro de São Paulo. Conta também com as instituições nacionais latino-americanas que já estão sob controle do crime organizado, como é o caso da ditadura chavista da Venezuela.


O projeto colonialista chinês conta também com o respaldo de segmentos importantes do establishment político corrupto em cada país latino-americano, como é o caso dos partidos políticos do Centrão que atualmente controlam o Governo do Brasil.


Observe-se que a aliança estratégica entre os comunistas chineses e os partidos da esquerda latino-americana pode ser constatada na atuação destes partidos. Por exemplo, nenhum partido de esquerda brasileiro questionou ou criticou a entrega do controle do principal terminal de cargas do Porto de Santos ao Partido Comunista Chinês.


A entrega deste terminal de cargas ao controle do Partido Comunista Chinês foi realizada por decisão e iniciativa do Governo do Brasil, por meio do então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que este ano disputará o Governo do Estado de São Paulo em uma aliança política encabeçada por um dos partidos do Centrão.


A agressividade comercial chinesa em sua estratégia expansionista colonialista do Road and Belt envolve gigantescos volumes financeiros. Durante o seminário com o Foro de São Paulo, Shen Beili revelou que o objetivo da ditadura comunista chinesa é superar a marca dos 21 bilhões de dólares alcançada no ano passado nas relações comerciais entre a China e os países da América Latina. Até o momento, 21 países latino-americanos assinaram o Memorando de Entendimento com a China em torno da Iniciativa Road and Belt.


Esta não é a primeira vez que o Foro de São Paulo e o Partido Comunista Chinês realizam atividades conjuntas. Em 9 de setembro de 2021, o Foro de São Paulo e o PC Chinês realizaram uma conferência conjunta a pretexto da pandemia do coronavírus, surgida justamente na China. Naquela ocasião, partidos políticos de esquerda de dezoito países da América Latina e do Caribe participaram do evento.


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