Acordo adia paralisação dos médicos
- Gi Palermi
- 27 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de mar.
A crise na Santa Casa de Misericórdia de Araxá teve um novo desdobramento. Após a notificação oficial de paralisação feita pelos médicos na última terça-feira, a administração Robson Magela e Bosco Júnior efetuou na quarta o pagamento referente ao mês de janeiro. No entanto, o salário de fevereiro segue em atraso, mantendo a categoria em estado de alerta.
Nesta quinta-feira (27.mar.2025) em uma reunião da Secretaria de Saúde com representantes da categoria houve a promessa de pagamento do salário de fevereiro dentro de uma semana. A decisão de paralisação parcialmente os atendimentos foi suspensa até a proxima quarta-feira.
Essa é uma situação que merece um exercício de empatia. Imagine passar um mês inteiro trabalhando, cumprindo todas as suas obrigações com o seu empregador e, ao final, não receber o pagamento. Como seria manter as contas em dia? Como garantir o sustento da família? Essa é a realidade enfrentada pelos médicos da Santa Casa, que dedicam suas vidas ao cuidado da população, mas que seguem sem a segurança de um salário regular.
Essa não é a primeira vez que os profissionais da Santa Casa de Misericórdia de Araxá passam por essa situação. Segundo eles mesmos relatam, os atrasos salariais são recorrentes desde 2022, criando um ciclo de incerteza e desrespeito. Apenas quando o terceiro mês sem pagamento se aproxima, o Poder Executivo libera um dos salários em atraso. Essa prática levanta questionamentos: se existe um convênio entre a Prefeitura e a Santa Casa, por que essa despesa fixa não é planejada para evitar atrasos?
O hospital é uma entidade privada sem fins lucrativos que presta serviços fundamentais à população e depende dos pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e de um convênio que está vigente com a Prefeitura Municipal de Araxá para manter o plantão presencial médico. O atraso nos pagamentos impacta diretamente não apenas os profissionais, mas também toda a comunidade, que pode ficar sem acesso a atendimento adequado.
A paralisação parcial, caso ocorra, afetará setores essenciais como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), enfermaria, ginecologia, obstetrícia e pediatria. Somente atendimentos de urgência e emergência serão mantidos, garantindo o mínimo de assistência aos pacientes. Os profissionais reiteram que estão abertos ao diálogo, mas aguardam uma solução definitiva para a regularização dos pagamentos.
A administração Robson Magela e Bosco Júnior, por sua vez, segue sem apresentar um plano para evitar que esse problema continue se repetindo. Enquanto isso, os médicos seguem trabalhando sob pressão, sem a garantia de que receberão seus salários em dia. E o mais grave: a população é quem pode pagar o maior preço por essa crise.
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