top of page

Menina de 5 anos é queimada viva em ritual satânico em Frutal

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 27 de abr. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 6 de mai. de 2022

Líder espiritual, mãe, tia e avós maternos foram presos suspeitos de homicídio doloso.

Na última semana de abril a morte por queimaduras de uma criança de 5 anos em Frutal, no Triângulo Mineiro, revelou ter sido causada por um crime chocante. O que antes era, segundo a afirmação da família, um acidente doméstico, agora é apontado pela Polícia Civil (PC) mineira como um assassinato em um ritual satânico.


Maria Fernanda Camargo foi levada por familiares para um “trabalho”. Durante o rito, um suposto líder espiritual jogou ervas e álcool no corpo da criança. Na sequência, usou uma vela para atear fogo. A cerimônia com Maria Fernanda ocorreu na casa dos avós maternos na noite de 24 de março e ela morreu na madrugada do dia 25 de março, em um hospital em São José do Rio Preto (SP), em decorrência de queimaduras que atingiram quase 100% de seu corpo. O pai da criança, que não estava no momento do suposto acidente, e os médicos que a socorreram desconfiaram da versão dos familiares.


Inicialmente a família afirmava que as queimaduras na criança haviam ocorrido em um acidente doméstico durante um churrasco. Mas as investigações da Polícia Civil da cidade, levam a crer que o crime teria acontecido em um ritual "de evocação e incorporação de espíritos malignos", com a participação dos avós maternos, da tia, da mãe e do homem que se apresenta como o líder espiritual.


O delegado responsável pelo caso, Murilo Cézar Antonini Pereira, disse que durante as investigações a extensão das lesões, as circunstâncias e até as versões divergentes que foram apresentadas revelaram que tinha algo oculto.


“Após laudos periciais, colhemos depoimentos de várias testemunhas, descartamos a hipótese de acidente doméstico em um churrasco, envolvendo álcool e churrasqueira, e passamos a investigar o caso como um crime. As investigações demonstraram que a vítima teria participado de ritual de evocação e incorporação de espíritos malignos, na companhia dos avós, da tia e da mãe, sendo que um líder espiritual teria jogado álcool com ervas no corpo da criança e, posteriormente ateado fogo, usando uma vela e queimando-a viva", disse o delegado.


Segundo Antonini, foram presos temporariamente pela Operação Incorporação da Verdade os avós, a tia, a mãe e o líder espiritual. A ação ocorreu nesta quarta-feira (20 de abril). Além dos cinco mandados de prisão, os agentes da polícia também realizaram busca e apreensão em duas casas em Frutal. Nos endereços foram apreendidos celulares, documentos e outros materiais que poderão auxiliar na continuidade das investigações.


Ainda conforme o delegado, os cinco presos estão sendo investigados por homicídio doloso (quando há intenção de matar ou assume-se o risco). “As investigações prosseguirão e, uma vez concluídas, o inquérito policial será remetido à Justiça. Agora, vamos tentar descobrir se o homicídio foi dolo direto ou indireto; os suspeitos foram inicialmente presos por 30 dias, podendo ser prorrogada a prisão deles ou convertida em domiciliar”, informou o delegado.


O dolo direto é quando o indivíduo deseja matar sua vítima e o dolo indireto é quando o sujeito não tem intenção de matar, mas organizou algum evento que causou a morte. “O dolo eventual deles é no sentido de que tinham o dever de agir. Eles ficaram passivos vendo aquele espetáculo de horror”, disse o delegado.


O outro lado


José Rodrigo de Almeida, advogado que representa a família de Maria Fernanda, afirmou que a morte foi acidental. Na versão dele, os parentes não tinham a intenção de machucá-la e a família teria procurado o suposto líder espiritual para curar uma gripe persistente.


“Ritual de invocação de espírito maligno, sacrifício humano, nada disso aconteceu. O que aconteceu foi o seguinte: em 2021, no ápice da pandemia, o tio e a tia da criança estavam intubados no hospital com a covid-19. Alguém na cidade falou que esse homem podia fazer um trabalho espiritual de cura. Eles realmente melhoraram depois e atribuíram a melhora ao trabalho”, disse.


Ainda segundo o advogado, por conta disso, os familiares resolveram recorrer ao líder espiritual depois que Maria Fernanda desenvolveu uma gripe persistente, com febre, tosse e dor de garganta.


O advogado contou que o líder espiritual, no primeiro momento, realizou a benção combinada. Depois, ele teria incorporado outra entidade e pediu uma bacia com álcool e ervas para realizar a cura.


Para ele, a família fez o possível para proteger a criança. Inclusive, na tentativa de apagar as chamas, os familiares também sofreram queimaduras. A mãe da menina precisou ser hospitalizada devido a gravidade das lesões.


Criança lutou pela vida


O ritual com Maria Fernanda ocorreu na noite de 24 de março e ela morreu na madrugada do outro dia, 25 de março, em um hospital de São José do Rio Preto (SP).


Maria Fernanda foi sepultada na manhã de do mesmo dia, no Distrito de Santo Antônio do Rio Grande, conhecido como Lagoa Seca, em Fronteira (MG), a cerca de 60 quilômetros de Frutal.


Segundo a PC de Frutal, a criança morreu em decorrência de queimaduras que atingiram quase 100% de seu corpo.

Posts Relacionados

Ver tudo

Comments


Mais recentes

Arquivo

bottom of page