Novak Djokovic vive martírio público
- Gi Palermi
- 6 de jan. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de mar. de 2022
Tenista sérvio recusa-se a se vacinar contra a Covid-19. O atual n° 1 do ranking foi detido ao desembarcar na Austrália.

O tenista sérvio Novak Djokovic é um símbolo de resistência a atual ditadura sanitária a qual a humanidade está submetida. Ele recusa-se a se vacinar contra a Covid-19 e recebeu uma permissão especial para disputar o aberto da Austrália. Entretanto, ao tentar desembarcar no aeroporto de Tullamarine, foi detido pelos agentes da imigração, por causa das restrições à entrada de não vacinados no país.
Djokovic é um atleta. O profissional é o atual número 1 do ranking mundial masculino de tênis e o primeiro jogador da história do tênis a passar a marca de US$ 100 milhões em faturamento com premiação por performance em quadra, o que o credencia a ser um dos melhores tenistas da história. Um homem perfeitamente saudável. Por ser um atleta de alta performance, passa frequentemente por exames e cuida com excelência da própria saúde.
Mesmo assim foi interrogado por horas, tratado como um criminoso. Após o constrangimento, foi levado ao Park Hotel, em Melbourne, sem seus pertences, e sem direito a se comunicar com sua equipe, permanecendo vigiado por dois policiais.
De acordo com os noticiários internacionais, o referido hotel é destinado a refugiados, e o quarto onde Djokovic foi alocado está infestado de insetos.
É claro que se os outros competidores tivessem alguma dignidade, deixariam de competir até que tivesse fim esse espetáculo mundial de infâmia. Mas parece que Djokovic está nessa sozinho.
Além de seus méritos esportivos, Djokovic tem comprovado não ser um homem comum. Sua atitude demonstra força de caráter. Demonstra que quando se acredita em algo tem que seguir decididamente até o fim. Não importa o quão feroz seja a oposição ao seus ideais.
A escolha de defender sua decisão até o fim parece estar assumindo contornos de uma guerra política contra a narrativa única que nos foi oferecida até agora. A questão também está abrindo tensões entre os governos sérvio e australiano. O primeiro-ministro Alksandar Vucic acusou a Austrália de “mau comportamento” em relação ao campeão, e o embaixador australiano foi convocado para comunicações urgentes.
O pai de Djokovic deixou uma declaração comovente Sky News: “Eles queriam humilhá-lo. Eles poderiam ter dito “não venha Novak” e isso teria sido bom. Mas não, eles queriam humilhá-lo e ainda o mantêm na prisão. Ele não está na detenção, ele está na prisão. Levaram todas as coisas dele, até a carteira, deixaram-o somente com seu celular e sem nenhuma troca de roupa, sem lugar nem mesmo para lavar o rosto. Nosso orgulho é prisioneiro desses idiotas, vergonha deles, o mundo livre junto com a Sérvia deve se erguer. Esta não é uma batalha pela Sérvia e Novak, é uma batalha por bilhões de pessoas, pela liberdade de expressão, pela liberdade de pensamento, pela liberdade de comportamento.”
Djokovic é cristão ortodoxo, e costuma usar um crucifixo no pescoço.
Recebeu de um patriarca a ordem de St. Sava em abril de 2011, a mais alta distinção da Igreja Ortodoxa, por ter contribuído financeiramente para a reforma de edifícios religiosos na Sérvia.
A Fundação Novak Djokovic deu 94 mil euros para a reforma de uma escola em Pozega, na Sérvia, além de construir restaurantes que servem comida de graça a mendigos e pobres. Junto com o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (em inglês: United Nations International Children's Emergency Fund - Unicef), também atua na formação profissional de jovens.
“Antes de ser um atleta, sou um cristão ortodoxo” - disse Djokovic certa vez.
Talvez por isso entenda e tenha forças para suportar sozinho toda humilhação e sucessivos constrangimentos que vem passando.
Que seu martírio público o eleve e santifique.
Por Ludmila Lins Grilo
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