top of page

O ódio do bem não engana mais ninguém

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 30 de mar. de 2022
  • 3 min de leitura

Exposta a militância progressista atuando na Universidade Federal de Minas Gerais.



Ao chegarem ao campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na última terça-feira, 29 de março, alunos, professores e visitantes se deparam com uma imagem grosseira no pátio de entrada da instituição: um boneco representando o presidente da República Jair Bolsonaro com uma corda pendurada no pescoço. As palavras “genocida”, “machista”, “racista” e “corrupto” estampavam a camisa branca que vestia o boneco.


A tese é que Jair Bolsonaro representa a ameaça de um regime violento. Mesmo que, após três anos e três meses ninguém tenha sido fuzilado num paredão, nenhuma lei ou outra medida tenha cerceado direitos de nenhuma mulher, nenhum negro tenha sofrido segregação por sua cor ou nenhum desvio de dinheiro do contribuinte pagador de impostos tenha sido descoberto.


A imagem que configura a verdadeira semeadura de ódio disfarçado de pacifismo viralizou na internet. O vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira postou no seu perfil no Twitter “isso está dentro da UFMG. O amor e a tolerância dos militantes disfarçados de estudantes. Imagina se fosse com a Marielle? Só imagina...”


Mas as mensagens de repúdio ao ato foram para além dos agentes políticos. Várias pessoas comuns também usaram sua conta no Twitter para manifestaram indignação. Uma delas postou: “Eu tento imaginar o tipo de pessoa que estuda na UFMG. Eu sinto pena.”


Outro escreveu: “Gostaria de ver se esses ignorantes colocariam boneco de Alexandre de Morais, a sorte desses covardes é que Bolsonaro é do bem e respeita a democracia, bando de desocupados.”


Um cidadão ainda mais indignado escreveu: “UFMG mantém boneco de Bolsonaro enforcado no pátio da instituição. Temos reitor nesta porcaria de faculdade? Temos Polícia Federal e Ministério Público por aí também? Estão esperando o que?”


Uso errado de palavras banaliza crimes reais


Genocídio real, tal qual o dos uigures chineses, que está em pleno andamento sem que os ditos "defensores de minorias" se inflamem, foi o Holodomor, na Ucrânia, na década de 1930, quando os comunistas soviéticos confiscaram fazendas produtoras, acabaram com a produção agrícola e deixaram a população morrer de fome.


O termo "genocídio" não existia antes de 1944; ele foi criado como um conceito específico para designar crimes que têm como objetivo a eliminação da existência física de grupos nacionais, étnicos, raciais, e/ou religiosos.


Tal qual machista e racista são termos que carregam uma importância histórica. Marcaram gerações de pessoas que sofreram na pele esses crimes reais. Usá-los de forma errada banaliza e ofende aqueles que nos momentos históricos realmente sofreram com esses crimes. Ofende uma imensidão de descendentes diretos de vítimas dos mais horrendos atos humanos de segregação.


Desumanização do oponente


Uma maneira bastante comum de desclassificar o adversário é rotulá-lo de algo odioso. Trata-se, obviamente, de um caso flagrante de desonestidade intelectual, mas que, não raras vezes, ganha espaço nas discussões e até em meios "acadêmicos". Nas redes sociais, então, a coisa torna-se um pouco mais grotesca. Palavras como "nazista" e "fascista" são diferedas a esmo, sem qualquer sentido, no único intuito de desmoralizar o adversário diante do público.


A desumanização é um processo psicológico que demoniza o inimigo, fazendo com que pareçam menos humanos, e por sua vez, não merecedores de tratamentos humanos. Esse processo aumenta a violência. Geralmente desumanizamos aqueles que percebemos como uma ameaça ao nosso bem estar ou aos nossos valores. Em uma situação de conflito os sentimentos de raiva, medo e desconfiança moldam a forma como um grupo percebe o outro. E o oponente começa a ser descrito como perigoso, monstruoso, com ausência de valores morais.


Isso porque a desumanização do oponente é uma arma importante na guerra cultural. A nomenclatura com a qual se refere ao oponente, o torna normalmente rechaçado, associado à sujeira e à repugnância, o que facilita o processo de subversão de consciências.


O mais importante em meio a tudo isso, é sabermos como nos proteger das armas e táticas que tem sido usadas contra nós.

Posts Relacionados

Ver tudo
Vereadores do PL rompem o silêncio

Em discurso raro, Alexandre Irmãos Paula e Garrado criticam a esquerda, o governo federal e expõem indignação com a corrupção no país.

 
 
 

Comments


Mais recentes

Arquivo

bottom of page