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O avanço do globalismo russo-chinês

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 25 de fev. de 2022
  • 7 min de leitura

Atualizado: 27 de fev. de 2022

Países inteiros e seus povos são como peões num tabuleiro de xadrez das elites globais


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizou na madrugada desta quinta-feira (24 de fevereiro) uma operação militar contra a Ucrânia gerando a mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e a maior operação do gênero desde que os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003.


Em um ataque lançado por terra, mar e ar, a Rússia conseguiu tomar o controle de quase metade da Ucrânia em poucas horas. Os ataques ocorrem pelo leste, pelo norte e pelo sul do país. Após Moscou reconhecer a independência de duas regiões separatistas e pró-russas na segunda-feira (21 de fevereiro), as regiões de Donetsk e Lubansk.


Se você realmente quer entender o que está acontecendo na Ucrânia, vai precisar ver mais do que notícias sobre o conflito ou vídeos de explosões, como tantos que têm sido publicados. Por isso, não pretendo comentar cada passo do conflito, cada hora em que uma bomba explodiu ou que o mapa mudou. Meu propósito a seguir é ajudar você a entender e interpretar o mínimo do que está por trás dos acontecimentos recentes.


A crise no mundo


Antes de tudo, você precisa compreender que existem três esquemas de poder global mais ou menos coesos, que podem ser distinguidos pelos seus propósitos declarados. Eles são três não porque exista um acordo por escrito definindo isso, nem porque existam apenas três pessoas envolvidas na sua liderança. Não.


Eles são três porque os seus vários agentes se reúnem de forma coesa em torno de três mentalidades distintas, as quais geram três métodos de ação política no mundo. São três mentalidades. São três métodos de ação. Mas uma mesma meta: a criação de um poder sobre o mundo inteiro.


O poder global


A primeira dessas mentalidades gira em torno do dinheiro. Muito dinheiro. Essa mentalidade encara o homem como um ser meramente material. Então, todo mundo tem um preço e não existe nenhum valor maior do que o do dinheiro.


Esse é o chamado “globalismo ocidental”, composto por uma elite de famílias bilionárias, banqueiros, os ricaços da tecnologia, do petróleo. Gente como o bilionário George Soros que acha que pode mandar no mundo comprando tudo e todos, e, com isso, aumentar e tornar intocável o próprio patrimônio, ainda que pela desgraça de todas as pessoas. E a dinastia de banqueiros da família Rothschild.


Essas pessoas não se reúnem em torno de um país ou de uma nação. Eles não são um poder nacional. Eles usam os países, especialmente os Estados Unidos, e se tiverem que sacrificar os países que eles usaram, tanto melhor, a ausência de poderes nacionais fortes favorece a manutenção da chantagem econômica sobre as pessoas. O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o seu Partido Democrata são marionetes destes globalistas financistas.


Essa gente usa os países, através de chantagem financeira e influência de organizações privadas. Mas, para todas as pessoas, eles não gostam de aparecer como agentes: sempre quem leva o crédito de seus maus atos são os próprios países que eles usaram, lucrando as inimizadas.


Justamente por isso gostam de guerras e de fomentar guerras. Quanto mais os países se enfraquecem e criem inimizades entre si, por causa deles, mais as suas organizações globais ganham espaço e dinheiro, prometendo “consertar o problema”.


Um exemplo disso é o desastre no Afeganistão em que Joe Biden humilhou o próprio país para atender os interesses de seus comparsas. Enfraquecendo o poder dos EUA, ele fortaleceu o poder global das organizações que querem tomar o seu lugar.


O segundo esquema de poder global é o que age neste momento na Ucrânia: o russo-chinês. A mentalidade aqui não funciona apenas com base em dinheiro, mas adiciona um tipo de poder diferente: as armas. O globalismo russo-chinês, nascido dos escombros da União Soviética e do fim da Guerra Fria, se baseia no poder bélico.


E, o terceiro esquema: O Califado Islâmico. E o seu poder prioritário é o religioso. Mas, ele não nos interessa aqui.


Esses três esquemas brigam e se auxiliam, a depender o contexto: um bilionário ocidental pode financiar um terrorista árabe; ou pode se vender para o Partido Comunista Chinês e produzir uma doença; ou a Rússia pode aparelhar muçulmanos, etc, etc.


Eles se arranjam, rearranjam, brigam e aliam-se, a depender da circunstância e desde que, no geral, o seu projeto esteja avançando ali. Não há um quadro estanque aqui.


O globalismo russo-chinês


Por priorizar o poder bélico (os exércitos), esse é o único dos três esquemas que se fundamenta efetivamente sobre nações (ao contrário do anterior). Mas, se estão fundamentados sobre nações específicas (Rússia e China), como podem ser globais? Através do expansionismo. O domínio de outras nações como suas nações-satélites (exatamente o que a União Soviética fazia).


Apesar de terem interesses particulares a Rússia e a China agem em conjunto no contexto internacional, seja por sua afinidade histórica, seja por sua proximidade regional, seja pela oposição bélica a um inimigo comum: os Estados Unidos.


Eles alegam que, após a Guerra Fria, os Estados Unidos não aceitam a existência de outros poderes, porque querem ser o único poder global – então eles, russos e chineses, precisam se unir como força regional, mas com expansão mundial, para se opor aos americanos.


E é aqui que entra a grande questão. O que os russos e os chineses chamam de “os Estados Unidos”, na verdade, é o globalismo financista ocidental, que, quando está no poder, utiliza a América para seus planos e lucra inimigos para o próprio país em nome dos seus projetos.


Seus atos afetam os americanos reais; mas eles dizem estar lutando, na verdade, contra o projeto global americano – eles não distinguem entre o país e quem usa o país. E agora você entende porque não houve o início de novas guerras durante o governo de Donald Trump. A plataforma de Trump era justamente anti-globalista: “America First”, América Primeiro.


Por não ser ligado à plataforma dos globalistas ocidentais (foi adversário deles), não entrou em guerras inúteis que só prejudicavam o seu próprio país. Como resultado, não provocou a ação bélica dos seus adversários, obrigando-lhes a agir por outros meios, espalhando um vírus pelo mundo, por exemplo.


A Ucrânia


Toda essa situação que culmina na invasão do território ucraniano pela Rússia remonta (no geral) a 2013, quando o ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukóvytch, assinaria um acordo para associar-se à União Européia. O acordo, porém, não foi assinado, por ação de Vladimir Putin junto a Viktor Yanukóvytch.


O presidente russo via na associação da Ucrânia à União Européia um modo de os Estados Unidos expandirem sua influência, através dos europeus, em uma região geográfica, cultural e econômica perigosamente importante para a Rússia. Mas lembre-se que, quando Putin fala “Estados Unidos”, ele está falando do globalismo financista ocidental, que ele confunde com o próprio país.


A suspensão do acordo por Yanukóvytch gerou uma série de revoltas no país, pedindo a integração à União Européia. Essas revoltas culminaram com a deposição do Presidente da Ucrânia e a instalação de um novo governo, menos pró-russo e mais pró-Europa.


Mas, de outro lado, também havia uma grande parte da população partidária da Rússia, especialmente no leste da Ucrânia, uma região que historicamente, pertenceu à Rússia. Ali há uma grande parte da população que era russa (e que ficara no lugar após a queda da URSS), havia descendentes de russos, base militar russa.


Foi isso que levou à famosa Anexação da Península da Criméia, em 2014: era uma região pró-russa, mas também importantíssima para a influência política dos russos no Mar Negro e, consequentemente, no Mediterrâneo e no Estreito de Bósforo (que separa a Europa da Ásia). Essa região, com auxílio dos russos, se declarou independente, no meio do turbilhão político, e pediu para ser reunida à Rússia, o que Putin prontamente aceitou.


Já naquela época, as regiões de Donetsk e Lugansk (também pró-russas), queriam se unir à Rússia também, mas isso não aconteceu. Essas são justamente as duas áreas no leste da Ucrânia (região chamada de Donbass) que declararam independência na segunda-feira e foram aceitas por Putin na Rússia.


Putin alega que os Estados Unidos continuam ameaçando a segurança da Rússia na região, tentando fazer da Ucrânia um centro de suas armas através da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Por isso, afirma que a invasão russa era necessária para proteger as populações russas no local – e, afinal, como eles dizem que a região é russa, não seria uma invasão.


Os globalistas ocidentais, por sua vez, passaram todo esse período, desde as tentativas de associação com a União Européia, usando a Ucrânia para provocar conflito com a Rússia. Lembre-se que o metodologia deles é usar países. Neste caso, o resultado provocado era inevitável, especialmente por Putin saber que Biden é inútil desde o Afeganistão.


A Ucrânia foi um peão sacrificado no meio do tabuleiro, entre as provocações dos financistas ocidentais e o expansionismo russo-chinês. Um esquema alimentando o outro, à custa de pessoas.


Organização do Tratado do Atlântico Norte


A OTAN é uma aliança militar internacional fundada em 1949 durante a Guerra Fria (disputa territorial e ideológica entre URSS e EUA), que tinha como objetivo estabelecer um pacto militar entre os países do Tratado do Atlântico Norte contra o avanço da influência socialista. Uma vez a URSS dissolvida, sem aparente perigo de ameaça comunista, a OTAN passou a ser um organismo expansionista, que tem como objetivo garantir os interesses econômicos das nações membros.


Lucros da China


Em meio a tudo isso, a China mais uma vez se deu muitíssimo bem. Com as sanções econômicas que os EUA impuseram à Rússia pela anexação das áreas, a Rússia terá de triangular todos seus negócios através da China. O que garantirá mais dinheiro para a ditadura comunista Chinesa e seu líder o ditador Xi Jinping.


E a China, vendo o precedente, pode querer realizar o seu sonho de anexar Taiwan, a ilha livre que a China diz ser dela, mas que a população que lá vive e os Estados Unidos consideram independente.


A ilha de Taiwan é a maior produtora de chips do mundo. Muito provavelmente o seu celular usa um chip de Taiwan. Uma dominação chinesa sobre a ilha daria ao comunismo chinês a dominação sobre, virtualmente, toda a economia global- dos eletrônicos aos sistemas que dependem de internet.


Até onde a Rússia irá?


É inegável que o sonho de Vladimir Putin é ver a Rússia voltar a ser uma força imperialista, como nos tempos da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). E para isso, o ex-agente que serviu durante 15 anos a KGB, precisa tomar além da Ucrânia, o Czaquistão e a Bielorrússia.


Mas, avançar para outros países seria invadir território da OTAN o que representaria uma gerra mundial. Por isso, não é possível saber quais serão os próximos passos de Putin.


Pode ser que a coisa vire um conflito local, ao estilo da Guerra Fria. Como também ser que a Ucrânia seja dividida ao meio – lado russo e lado europeu. Neste cenário, quem do povo quiser ficar com a Europa, ficaria. Bem como quem do povo quiser ficar com a Rússia, ficaria.


A nós resta a oração, a intercessão e a súplica pela misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Países inteiros e seus povos não podem ser peões num tabuleiro de xadrez das elites globais.


Por Taiguara Fernandes

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