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O Brasil ainda é terra de compaixão

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 6 de abr.
  • 2 min de leitura

Neste domingo (06.abr.2025), a Avenida Paulista foi tomada por rostos esperançosos, corações feridos e um só pedido: Anistia Humanitária. Sete governadores, dezenas de senadores, centenas de deputados, vereadores, prefeitos e o povo brasileiro – de mãos dadas – uniram-se para dizer ao Congresso Nacional que é hora de reparar injustiças.

 

Entre as faixas, fotos de mães, filhos e esposas. Histórias reais. Como a de dona Maria Aparecida, 67 anos, que empunhava o retrato do filho preso há mais de um ano. Ele rezava ajoelhado no gramado. Não encostou a mão em nada, nem ninguém. A manifestação demonstrou o peso político do pedido de anistia aos presos políticos dos atos de 8 de janeiro de 2023 com a presença e o apoio de sete governadores de diferentes regiões do país: Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP), Romeu Zema (Novo – MG), Ratinho Jr. (PSD – PR), Jorginho Mello (PL – SC), Wilson Lima (União – AM), Ronaldo Caiado (União – GO), Mauro Mendes (União – MT). Além do prefeito de São Paulo, maior cidade da América Latina.

 

O presidente Jair Bolsonaro, líder incontestável do conservadorismo nacional, tem sido a voz mais firme por trás desse clamor. Ele pede misericórdia e reconciliação. E mostrou, mais uma vez, seu poder de mobilização. Uniu líderes religiosos — um pastor, um padre, um pai-de-santo e um rabino. Um gesto simbólico que promoveu unidade e representatividade.

  Mas o evento também demonstrou que a compaixão não é invenção da direita. Ela é parte da alma brasileira. Em 1979, o Congresso Nacional votou a anistia aos perseguidos pelo regime militar. José Dirceu, então exilado por envolvimento direto com a luta armada, voltou ao país de braços abertos pela lei da anistia. Hoje, milhares de patriotas pacíficos seguem atrás das grades por rezarem, cantarem o hino ou protestarem com a bandeira nas costas. Nem os que quebraram patrimônio merecem as penas de 14 a 17 anos que estão sendo aplicadas.

 

Onde está a justiça?

 

Se o Brasil perdoou quem participou de sequestros, por que agora não perdoaria aqueles que foram às ruas com oração e civismo? A dor desses brasileiros ecoa a mesma injustiça do passado – só que agora, com silêncio da mídia, censura dos poderosos e abandono do Congresso.

 

O Brasil já foi capaz de perdoar em tempos mais duros. Que não nos falte agora a mesma coragem. A anistia não é um favor – é um ato de amor à Pátria e aos filhos que ela não pode deixar para trás. Anistiar os presos políticos dos atos de 8 de janeiro de 2023 - brasileiros que seguem encarcerados há mais de dois anos, muitos sem julgamento, sem direito pleno à defesa, em afronta ao Acordo Internacional de Direitos Humanos do qual o Brasil é signatário - não é um ato de reconhecimento de culpa, mas um ato de justiça, reparação e pacificação.

 
 
 

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