O comunismo não acabou: entenda como ele afeta a Ucrânia
- Gi Palermi
- 27 de fev. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de mar. de 2022

Ao longo da história, a Ucrânia vem lutando para ser independente, mas sempre esbarrou em uma pedra em seu caminho: a Rússia. Em 1917, Lênin não aceitou a independência da Ucrânia. Isso gerou a guerra soviético-ucraniana (1917-1922), entre as forças nacionalistas ucranianas e os revolucionários bolcheviques.
Os revolucionários bolcheviques ganharam. Parte da Ucrânia foi incorporada à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Mas, a coisa não parou por aí. A história de sofrimento da Ucrânia ainda viria a piorar muito.
Nos anos de 1932 e 1933, aconteceu o Holodomor (A Grande Fome) na Ucrânia. E, o causador de mais esse grande sofrimento aos ucranianos também foi à Rússia. Desta vez, sob o comando do ditador comunista sanguinário, Joseph Stálin. A Ucrânia era uma grande produtora de grãos. Stálin fez o confisco dos grãos produzidos pelos ucranianos, resultando em milhões de mortos de fome.
Uma das várias teses levantadas pelos historiadores é a de que Stálin fez isso para frustrar um movimento de independência da Ucrânia. Há muitos registros, inclusive fotográficos, do Holodomor.
Nos anos 80, uma série de medidas políticas e econômicas levaram ao fim da URSS. A Perestroika (reestruturação), implantada pelo presidente Mikhail Gorbatchev, visava a acabar com a centralização econômica. A economia na URSS, sob a égide comunista, era planificada. Com a medida, os países integrantes do bloco passaram a ter mais autonomia econômica, e os movimentos de independência das nações incorporadas ganharam força.
Gorbatchev chegou a se encontrar com o 40º presidente dos Estados Unidos Ronald Wilson Reagan na Islândia, em 1986, para tentar selar um acordo sobre armamentos nucleares. A aproximação com o ocidente e a abertura da economia não agradou os setores mais fechados do Partido Comunista que, então, tentou tirar Gorbatchev do poder com um golpe.
O golpe falhou, mas Gorbatchev acabou renunciando, o que culminou com o fim da União Soviética, em 1991. O fim da União Soviética, ao contrário do que muitos pensam, não significa o fim do comunismo. Nesse mesmo ano (1991), é declarada a independência da Ucrânia. E a Rússia continuou sendo uma ameaça à independência da Ucrânia.
Entre os anos de 2010 e 2014, a população civil ucraniana se indignou com o presidente Viktor Yanukovytch, porque ele mentia para o povo dizendo que iria assinar acordo para entrar na União Europeia, mas, na verdade, estava fechado com Vladimir Putin.
Os ucranianos sempre quiseram fazer parte da União Europeia. O presidente Yanukovytch dizia ao povo que ia entrar, mas pelas costas, estava alinhado com a Rússia... e a Rússia de Putin, que obviamente, nunca desistiu de anexar a Ucrânia ao seu território, para refazer a “gloriosa” URSS.
Em novembro de 2013, em razão da traição de seu presidente, o povo foi às ruas e ocupou a Praça Maidan, no centro de Kiev. Os protestos eram pacíficos. Entretanto, o povo foi covardemente reprimido pela Berkut (tropa de elite da polícia ucraniana). Nos 93 dias de conflito, a Berkut matou mais de uma centena de manifestantes na Maidan. Os protestos culminaram com a deposição do presidente Viktor Yanukovytch, que fugiu do país para a Rússia.
Em seguida, em resposta aos protestos que culminaram na deposição de seu presidente, a Rússia retaliou a Ucrânia, anexando uma província dela, a Criméia.
Durante os anos de governo de Donald Trump à frente dos Estados Unidos, a Ucrânia foi deixada em paz pela Rússia, sua eterna algoz.
Mas, com a fraqueza demonstrada por Joe Biden, a Rússia voltou a atormentar a Ucrânia, seu antigo objeto de desejo de expansão imperialista. Putin claramente deseja restabelecer o “império russo”, recuperando seus territórios perdidos, às custas de muito sangue, suor e lágrimas das regiões afetadas.
O bloco globalista russo-chinês continua em pleno vigor. Como diria o professor Olavo de Carvalho, o comunismo sempre surge com uma nova roupagem: é como a cobra que troca de pele.
Por Ludmila Lins Grilo
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