Para ser mais claro, só desenhando
- Gi Palermi
- 17 de jan. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de jan. de 2022
Documentário "Como se tornar um tirano" desmascara tiranos modernos. Uma visita ao passado que nos leva a compreender melhor o presente.

Não sei se por uma falha técnica ou se por um momento de lucidez, mas fato é que a plataforma de streaming de filmes Netflix, claramente alinhada às pautas globalistas, disponibiliza um documentário aos seus assinantes que, além de um bom resgate histórico, ainda revela-se um primor para o momento atual.
"Como se tornar um tirano" mostra diversas táticas usadas por muitos ditadores ao longo da história. Mas, para quem tem pelo menos dois neurônios, é possível notar claramente técnicas similares que estão sendo usadas hoje por tiranos modernos para manipular a sociedade atual.
O narrador afirma que todos querem o poder absoluto para transformar a sociedade a seu gosto e passa a explicar como esse poder pode ser obtido e sustentado. A série documental analisa biografias dos ditadores históricos Adolf Hitler, Saddam Hussein, Idi Amin, Joseph Stalin, Muammar Gaddafi e a família Kim.
“Como se tornar um tirano” atribui uma característica definidora a cada um dos seis assuntos, começando com Hitler e a ascensão ao poder. De lá, visitamos Hussein, que mostra como esmagar rivais; Amin, que mostra como governar com mão de ferro; Stalin, um mestre em manipular a verdade; Khadafy, destruidor das liberdades civis; e os Kims da Coreia do Norte, que encontraram uma maneira de criar sua própria dinastia excluindo o resto do mundo.
Uma lista de acadêmicos comentando o documentário fornece conhecimento e lastro necessários, olhando para a câmera e explicando como esses homens tiranos fizeram o que fizeram.
Esse documentário caminha na linha entre sarcasmo e pesquisa. Você poderia dizer que é oportuno, não fosse por sua teimosa recusa em abordar o aqui e agora em termos visto claramente o mesmo sendo feito nos nossos dias.
Esta é, em última análise, uma falha significativa. Se, como dizem, estudamos a história para não repeti-la, por que não explorar onde permanece a ameaça da tirania, e não apenas no Brasil? “O passado nunca está morto”, escreveu certa vez William Faulkner. “Não é mesmo passado.”
Para dar um exemplo bem significativo há um trecho onde Stálin mostra como corromper a ciência é importante para banir as outras hipóteses do que não se encaixa na narrativa e reescrever a história. Percebeu alguma similaridade com o momento que vivemos?
Este é um documentário que compensa investir tempo para compreender as diversas táticas usadas por muitos ditadores ao longo da história e constatar como a história está se repetindo. O pior é que muitas pessoas não estão percebendo por falta de conhecimento.
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