PC indicia 25 pessoas em inquérito que apurou crimes eleitorais

Eleitores que receberam dinheiro para votar no então candidato nas Eleições 2020 também foram indiciados por corrupção passiva.

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu a 2ª fase da Operação Donum, que investiga crimes eleitorais realizados nas eleições municipais de 2020 em Araxá, no Alto Paranaíba. Ao todo foram indiciadas 25 pessoas. O vereador Ricardo Assis Gianvechio, conhecido como Doutor Zidane (PP), e dois assessores por atos de corrupção e associação criminosa. O inquérito inclui também 22 eleitores que aceitaram algum tipo de vantagem para votar no vereador. Neste caso, eles serão indiciadas por corrupção passiva.

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (15/4), o delegado Conrado Costa da Silva explicou que as provas reunidas no inquérito deixam clara a prática de crime eleitoral. “As provas que nós reunimos no inquérito deixam claro que ele cometeu crimes eleitorais, mesmo antes de ser vereador. Acredito que na Câmara Municipal de Araxá temos pessoas corretas que vão tomar as devidas providências”, destacou.

De acordo com o delegado, os assessores do vereador eram orientados a comprar eleitores com valores que variavam entre R$ 50 e R$ 100. Os pagamentos eram feitos para que os eleitores se comprometessem a votar no vereador. "Em algumas situações para que os eleitores gravassem vídeos em apoio ao vereador e para que adesivassem os carros. Cada um tinha um tipo de vantagem", detalhou.

O delegado ressaltou que o inquérito vai ser encaminhado para justiça com cópias para a Câmara Municipal para as demais providências. O vereador Zidane deve responder pelos crimes de corrupção eleitoral e associação criminosa. "Sendo que no crime de corrupção eleitoral ele responde por 24 vezes”, explicou. O outro lado

O advogado Walter Gustavo Ferreira da Silva que atua na defesa do vereador emitiu uma nota para a imprensa, na qual afirma ter "conhecimento sobre o indiciamento realizado pela Polícia Civil de Araxá apenas por meio da imprensa. Até o presente momento o referido indiciamento não foi inserido dentro do inquérito policial que investiga o Vereador. Desse modo, não há no momento como se manifestar acerca dos crimes que foram a ele imputados. Contudo, manifesta que Dr. Zidane nega veementemente que tenha comprado qualquer voto durante a campanha eleitoral, afirmando que irá demonstrar a sua inocência no decorrer de eventual processo criminal que por ventura possa responder."

***com Ascom PC