PL Araxá se cala diante de temas cruciais para a direita
- Gi Palermi
- 19 de mar.
- 2 min de leitura
A sessão ordinária da Câmara Municipal de Araxá desta terça-feira (18.mar.2025) expôs, mais uma vez, a falta de posicionamento dos vereadores Alexandre Irmãos Paula e Garrado, eleitos pelo Partido Liberal (PL). Mesmo tendo 20 minutos cada para discursar na tribuna, ambos ignoraram temas de grande relevância para a direita.
O anúncio de Eduardo Bolsonaro, que pedirá licenciamento de seu mandato para evitar possíveis represálias políticas — como a apreensão de seu passaporte ou até mesmo uma prisão —, ocorreu poucas horas antes do início da sessão da Câmara e teve impacto imediato no cenário político nacional.
No entanto, a ausência de qualquer manifestação por parte dos vereadores do PL Araxá sobre esse fato chama atenção. O deputado federal mais votado do partido decide permanecer nos Estados Unidos diante de ameaças, e as lideranças da sigla na cidade sequer mencionam o ocorrido. Não demonstram indignação, não repudiam a perseguição política a opositores.
Da mesma forma, o ato em Copacabana, que, segundo a Polícia Militar do Rio de Janeiro, reuniu mais de 400 mil pessoas atendendo a um chamado de Jair Bolsonaro, presidente de honra do PL, foi um marco na luta por justiça e pela liberdade dos presos políticos do 8 de janeiro. O evento mobilizou a direita em todo o país, mas passou completamente despercebido pelos parlamentares do PL na Câmara Municipal de Araxá.
Qualquer pessoa comum se sente comovida e indignada ao ver pais, mães, avôs e avós — que não tinham nada além da Bíblia e da bandeira do Brasil nas mãos — sendo condenados a penas de até 17 anos de prisão, punições mais severas do que as frequentemente aplicadas a narcotraficantes no Brasil. Se não estivéssemos vivendo em um regime de exceção, o crime mais grave cometido por qualquer dos prisioneiros vinculados ao “golpe que nunca aconteceu” seria, no máximo, classificado como vandalismo. Ainda assim, os vereadores do PL Araxá optaram pelo silêncio diante dessa arbitrariedade.
O Partido Liberal é a principal legenda conservadora do Brasil e, naturalmente, tem a responsabilidade de representar os anseios de seu eleitorado. Quando figuras eleitas pelo PL deixam de abordar pautas fundamentais para seus eleitores, surge um questionamento legítimo: o partido, em Araxá, está realmente comprometido com os valores da direita?
A direita araxaense precisa de lideranças que expressem com clareza e coragem as preocupações do público conservador. O silêncio diante de temas tão importantes expõe o distanciamento entre representantes e representados. Se a direita tem enfrentado desafios e perseguições, espera-se que aqueles que ocupam cargos públicos pelo partido estejam à altura dessa luta, em vez de evitar o debate.
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