Protesto legítimo é só da esquerda
- Gi Palermi
- 10 de abr.
- 2 min de leitura
Na noite desta quinta-feira (10.abr.2025), Brasília voltou a ser palco de protestos. Indígenas do Acampamento Terra Livre tentaram invadir o Congresso Nacional, romperam cercas, desafiaram a segurança e revidaram com flechas. A polícia respondeu com bombas e gás lacrimogêneo. Resultado: confusão, confronto e manchetes mansas. Afinal, o ato era “legítimo”, “simbólico”, “resistência”.
A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), atingida pelo gás, classificou a ação policial como desproporcional. Segundo ela, tudo era pacífico. Só faltou o arco-íris para fechar o cenário.
Agora, paremos um instante. Respire fundo. Voltemos a janeiro de 2023.
Naquele dia 8, uma multidão conservadora — que não lançou flechas, mas bandeiras do Brasil — se reuniu na Esplanada. Alguns invadiram prédios? Sim. Mas muitos estavam ali apenas para protestar. E o que receberam? Rótulos de “terroristas”, prisões em massa, julgamentos sumários, condenações a 17 anos de cadeia. Uma senhora que orava ajoelhada foi levada como golpista. Um homem com camiseta da Seleção virou inimigo da democracia.
Mas hoje não.
Hoje, com o apoio declarado de ONGs, do PSOL, do MST e afins, um protesto que rompeu barreiras e atacou policiais virou símbolo de resistência. A mesma mídia que, em 2023, clamava por punição exemplar, hoje romantiza arcos e flechas. Não se fala em vandalismo, muito menos em golpe. Nem pensar em terrorismo — afinal, são “lutadores por direitos”.
A democracia brasileira virou um jogo de tabuleiro com regras que mudam conforme a cor da camiseta. Se for verde e amarela, é crime. Se for vermelha ou com cocar, é ato legítimo.
Não estamos diante de dois protestos. Estamos diante de duas justiças, dois pesos, duas narrativas. E o que separa um do outro não é a violência, mas a ideologia.
O episódio escancara o que muitos já sabiam, mas poucos ousam dizer: a balança da democracia brasileira está pendendo para um lado só. E não é o lado do povo.
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