Reféns da violência: o terror enfrentado pelos cristãos sírios
- Gi Palermi
- 10 de mar.
- 2 min de leitura
Nos últimos dias, a Síria vivenciou uma nova onda de violência, que afetou gravemente a vida de muitos civis, especialmente os cristãos. Em apenas dois dias, entre sábado e domingo, 8 e 9 de março, mais de 400 pessoas foram brutalmente assassinadas. Eles foram pisoteados e arrastados pelas ruas, sofrendo as mais terríveis formas de violência.
A tensão é imensa na região. Os cristãos vivem com medo. Muitos cancelaram os cultos em suas igrejas no domingo (09.mar.2025), enquanto outros pensam em fugir do país. Somente na última semana, mais de mil pessoas perderam a vida, a maioria civis, vítimas da violência no litoral sírio, uma região marcada pela perseguição religiosa e que ocupa o 18º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025.
Entre as vítimas confirmadas, estão um pai e seu filho cristãos, mortos na quinta-feira, e um outro cristão, atingido por uma bala perdida no dia seguinte, em meio aos combates entre as forças de segurança do novo governo e os apoiadores do regime anterior.
Em resposta, os três principais líderes das igrejas da Síria fizeram um apelo de paz, denunciando os ataques a civis inocentes, que incluíram mulheres e crianças. Eles falaram da dor de ver lares invadidos, propriedades saqueadas e o sofrimento indescritível do povo sírio. A violência atingiu as cidades de Latakia e Tartous, onde muitos comércios e restaurantes estão fechados, e a preocupação com uma onda de vingança paira no ar.
A violência atual tem trazido à tona os traumas de tempos passados, quando o Estado Islâmico dominava a região. "Todos os cristãos que conheço querem sair do país", disse uma fonte local ao portal Portas Abertas. O conflito começou quando grupos de apoio ao antigo regime atacaram as forças do novo governo, e a repressão das forças de segurança se intensificou.
Um toque de recolher foi imposto em várias cidades, enquanto relatos alarmantes indicam que centenas de civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortos em execuções sumárias. A comunidade internacional, representada por Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pede o fim imediato dessas atrocidades e a proteção dos civis.
O sofrimento dos cristãos na Síria é uma dor profunda, marcada pela perda e pelo medo constante. Em meio à guerra, eles continuam a lutar pela sobrevivência e pela fé, enquanto o mundo observa em silêncio.
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