top of page

Será que Minas quer Pacheco?

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 1 de fev.
  • 2 min de leitura

Ao se despedir da presidência do Senado neste sábado (1°.fev.2025), Rodrigo Pacheco anunciou que quer ser governador de Minas Gerais. Mas será que ele merece essa confiança? O que sua trajetória mostra até aqui, é que ele passou longe de ser o político independente que muitos mineiros esperavam quando o elegeram senador. Pelo contrário, se tornou um dos maiores símbolos de subserviência aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).


A decepção com sua atuação torna-se ainda maior quando analisamos o contexto de distorções jurídicas para atender anseios políticos que já vinham acontecendo antes mesmo de sua ascensão ao Senado. O caso da manutenção dos direitos políticos de Dilma Rousseff após o impeachment sofrido em 2016 é um deles.


O impeachment de Dilma Rousseff deveria ter tirado dela não só o cargo de presidente da República, mas também o direito de se candidatar por oito anos, conforme determina o artigo 52 da Constituição Federal. Mas o Senado, com uma ajudinha do STF, deu um jeitinho e manteve Dilma elegível. Resultado? Em 2018, os mineiros deram o troco e impediram que ela fosse eleita senadora.


E foi justamente pra não eleger Dilma, que Minas Gerais deu para Pacheco uma cadeira no Senado. Ele era advogado, recém chegado na política. Tinha sido presidente da OAB de minas e estava terminando o primeiro mandato como deputado federal. Com votos de um eleitorado que buscava um representante sem vínculos profundos com o sistema político tradicional, Pacheco chegou ao Senado. Muita gente votou nele acreditando que ele não teria rabo preso com ninguém. Mas não demorou muito para mostrar que era mais do mesmo — ou até pior.


Como presidente do Senado, Rodrigo Pacheco teve a oportunidade de restaurar o equilíbrio entre os poderes freando os abusos do STF, já que recebeu nada menos que 60 pedidos de impeachment contra ministros. Só Alexandre de Moraes, que comete ilegalidades flagrantes conforme exposto por uma série de reportagens do jornal Folha de São Paulo, acumulou 24 pedidos. Mas Pacheco fingiu que nada disso existia e se recusou a dar andamento em qualquer um deles.


Para quem ainda tinha dúvidas sobre a verdadeira face de Pacheco, veio a cereja do bolo: o apoio de Lula à sua candidatura ao governo de Minas Gerais. Sim, o mesmo Lula que teve suas condenações anuladas por outro malabarismo jurídico do STF e, parafraseando o seu vice-presidente Geraldo Alckmin, "voltou à cena do crime" como se nada tivesse acontecido. Agora, diz que quer Pacheco no comando de Minas Gerais. Que cabo eleitoral, hein? Precisa dizer mais alguma coisa?


Pacheco foi uma enorme surpresa para Minas Gerais. Ele conseguiu sozinho envergonhar o Estado sendo o mais subserviente e fraco presidente do Senado da história, o garantidor de todos os abusos promovidos pelo Judiciário, abrindo mão de qualquer autonomia para garantir que os poderosos continuem mandando e desmandando no país.


Agora, Pacheco quer governar Minas Gerais, mas os mineiros já deram provas de que não toleram esse tipo de político. Foi assim quando rejeitaram Dilma, e pode ser assim de novo. A pergunta que fica é: será que os mineiros vão mostrar, mais uma vez, que não aceitam políticos comprometidos com as velhas práticas e distantes dos interesses da população?

Comments


Mais recentes

Arquivo

bottom of page