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Vereadores debatem PPA e o futuro de Araxá

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 22 de out.
  • 3 min de leitura

Plano Plurianual 2026–2029 projeta cerca de R$ 3,4 bilhões em gastos públicos e revela como Robson-Bosco pretende distribuir as prioridades do município.


Os vereadores de Araxá se reuniram nesta quarta-feira (22.out.2025) em audiência pública para discutir um documento que, em tese, define o futuro da cidade: o Plano Plurianual (PPA) 2026–2029.


O nome é técnico, mas o impacto é bem real — é nele que o governo coloca no papel o que pretende fazer com o dinheiro público, que sai do bolso de cada cidadão por meio dos impostos e vai direto para os cofres municipais pelos próximos quatro anos.


A reunião foi conduzida pela Comissão de Finanças e Orçamento e contou com a presença de técnicos da Secretaria de Fazenda e de poucos cidadãos no plenário. O encontro foi técnico, cheio de siglas e números, mas o que realmente importa é o impacto desse planejamento na vida de quem mora na cidade.


Prioridades orçamentárias


De acordo com o PPA, a administração Robson Magela e Bosco Júnior prevê aplicar cerca de R$ 3,4 bilhões entre 2026 e 2029.


A Educação aparece como o maior destino dos recursos, com aproximadamente R$ 958 milhões, seguida da Saúde, com R$ 770 milhões.


A Administração Pública soma R$ 642 milhões, e a Assistência Social, cerca de R$ 184 milhões. Já a Segurança Pública, mesmo diante das demandas crescentes, recebe apenas R$ 17 milhões em quatro anos.


Esses números mostram que boa parte do orçamento se concentra em custeio e manutenção — folha de pagamento, repasses e contratos — enquanto o espaço para novos investimentos continua estreito.


Abono de Natal


Um ponto que chama atenção é a manutenção do abono de Natal aos servidores municipais. O benefício aparece em várias secretarias, somando milhões de reais ao longo do quadriênio.


O tema é polêmico: para servidores e entidades representativas da classe, trata-se de um direito consolidado; para o Ministério Público, um privilégio que fere princípios constitucionais.


Apesar da questão estar em discussão na Justiça, o benefício foi mantido.


Grandes promessas


O PPA também apresenta metas ambiciosas — entre elas, a construção do Hospital Municipal, novos centros de saúde e melhorias na rede de ensino. No entanto, o texto não traz prazos nem garantias de execução.


A lei autoriza o Executivo a alterar metas e valores conforme a arrecadação. Essa flexibilidade pode ser útil para ajustar o orçamento, mas também abre brechas para atrasos e cortes.


É o tipo de cláusula que exige vigilância constante — tanto dos vereadores quanto da sociedade.


Baixa participação


A Câmara abriu prazo até 29 de outubro para que a população envie sugestões de emendas por e-mail. Mas, como ocorre quase todos os anos, a expectativa é de baixa adesão.


O problema é que o PPA deveria ser um debate coletivo. É nele que se decide, por exemplo, se o município investirá mais em educação, saúde, segurança ou infraestrutura.


O distanciamento entre o cidadão comum e as decisões orçamentárias segue sendo um dos maiores desafios da gestão pública.


Olhar de fora


O Plano Plurianual 2026–2029 mostra o que a administração Robson-Bosco diz querer fazer. Mas a experiência ensina que o papel aceita tudo — inclusive metas que não saem do lugar.


Planejar é essencial, mas cumprir é o que realmente transforma a vida das pessoas. E esse é o ponto que separa a boa gestão da mera formalidade administrativa.


A comunidade de Araxá, que paga impostos e sente no dia a dia o peso das decisões públicas, precisa acompanhar de perto o que será feito com o seu dinheiro.


Planejar o futuro da cidade é dever do governo — mas fiscalizá-lo é direito de todos.

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