top of page

Em Araxá quem critica “toma block”

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 12 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de mai. de 2022

Poder Executivo “prega para convertidos” nas redes sociais e bloqueia seguidores com opinião divergente.

Apesar de invocada constantemente no discurso político, a democracia ocidental nos últimos anos tem sido marcada por incoerências. Uma delas fica cada vez mais flagrante nas atitudes daqueles que ao chegarem ao poder não conseguem conviver com uma das principais características do sistema democrático: o debate saudável de ideias diferentes.


À procura de popularidade, o político e os órgãos oficiais até recorrem às redes sociais, mas interagem de acordo com os próprios interesses. E o bloqueio é a solução instantânea contra o eleitor descrente, expulso do convívio virtual ao menor sinal de discordância. Assim, cria-se uma massa de discípulos com pensamentos idênticos.


Avesso a críticas, o Poder Executivo de Araxá “prega para convertidos” nas redes sociais e bloqueia seguidores que tem opinião divergente.


A dona de casa Patrícia Pires acredita estar entre as primeiras a "tomar block" na página oficial da Prefeitura de Araxá no Facebook. Logo nos primeiros dias da gestão 2021-2024, percebeu que não conseguia reagir com likes ou deslikes ou tecer comentários nas publicações. Ela nem sabe dizer qual foi exatamente o comentário que a levou a ser “excluída” do convívio virtual.


“Faço críticas, com certeza, mas não sou desrespeitosa, não uso palavrões, ou faço agressões verbais, o máximo que já chamei foi de 'demagogo', se é que isso pode ser considerado ofensivo”, disse.


Outro que não faz parte do seleto grupo dos que podem se manifestar livremente nas redes sociais oficiais da Prefeitura de Araxá é o técnico em informática Reginaldo Paiva, popularmente conhecido na cidade por "Zóim". Ele avalia como péssima a atual administração municipal, mas considera não ter faltado com respeito em nenhum comentário.


“Não sei o que levou ao bloqueio, um dia percebi que só podia visualizar o que eles postam, estou proibido de comentar o que penso ou reagir com like ou deslike”, contou.


Na era das relações virtuais, a exclusão de quem pensa diferente expõe a falta de transparência de autoridades eleitas, viola o livre acesso à informação e cerceia a liberdade de expressão. A prática antidemocrática das autoridades municipais locais não passa despercebida pelos eleitores araxaenses.


“Na época de vereador, ele chamava o ex-prefeito de coronel, mas o coronel nunca mandou bloquear ninguém nem do Facebook ou do Instagram, pra você ver como é complicado”, disse o ativista político Márcio Couto.


Pelos grupos de whatsapp os "excluídos virtuais" levam na brincadeira e dão as boas-vindas ao "clube dos bloqueados" cada vez que um novo eleitor "toma block".


Procurada para se manifestar sobre o assunto, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Araxá não deu retorno.

Posts Relacionados

Ver tudo

Opmerkingen


Mais recentes

Arquivo

bottom of page