Novos rumos e velhos desafios no tabuleiro político de Araxá
- Gi Palermi
- 30 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
O cenário político de Araxá para os próximos anos promete ser agitado, com disputas de poder, alianças e muitas conversas de bastidores. A reeleição de Robson Magela como prefeito, apesar de garantir a ele mais quatro anos de governo, mostrou que muita gente não está satisfeita com a política local. E para garantir relevância política, precisará correr contra o tempo.
Nas eleições municipais de 2024, mais de 81 mil eleitores estavam aptos pela Justiça Eleitoral para votar, no entanto, mais de 21 mil eleitores sequer apareceram nas sessões. Isso é como se uma partida de futebol tivesse vendido todos os ingressos e garantido o estádio cheio. Mas todos tivessem de repente desistido de ir ao jogo.
Além da alta abstenção, dos 60.642 eleitores que foram às urnas mais de 5.800 pessoas anularam ou votaram em branco, deixando claro que boa parte da população não se sentiu representada por nenhum dos candidatos. Isso acende uma luz de alerta: a política em Araxá precisa reconquistar a confiança do povo.
O time do prefeito tem muitos desafios pela frente. Robson Magela foi reeleito, mas não sem tropeços. Ele teve apoio de figuras fortes como o governador Romeu Zema e o deputado estadual Bosco, um “veterano” na política de Araxá.
Vice-lider do governador Zema na Assembleia Legislativa do Estado, Bosco não só ajudou na reeleição, mas ainda emplacou seu filho, Bosco Júnior, como vice-prefeito. Esse grupo agora tem a missão de mostrar serviço, especialmente em áreas como saúde e infraestrutura, onde a cobrança é alta.
E, tudo isso, já de olho nas eleições de 2026 e 2029. Porque o futuro político de Araxá parece um tabuleiro de xadrez, com várias peças se movendo:
Bosco: é sem sombra de dúvidas o “cabeça” do grupo político mais forte da cidade. Pode permanecer no conforto da Assembleia, onde já está há quatro mandatos consecutivos ou tentar uma vaga como deputado federal em 2026, mas isso pode abrir espaço para novas lideranças, como Raphael Rios.
Raphael Rios: é outro nome forte no grupo. Ele já avisou que quer ser deputado federal em 2026 e também sonha em ser prefeito. Teve mais de 28 mil votos na última eleição para deputado federal. Atualmente é 1º suplente para a Câmara Federal. Isso pode acabar em disputa direta com Bosco pai ou Bosco Júnior.
Bosco Júnior: não esconde sua pretensão de ser prefeito e, à primeira vista, está de olho na Prefeitura em 2029. Para isso, vai precisar alinhar as peças do grupo e evitar conflitos, com Raphael Rios.
E aí, entra outra força política,
Mario Heringer: em seu sexto mandato consecutivo como deputado federal, tem enviado dinheiro e apoiou a reeleição de Robson Magela. Agora, terá controle sobre a Secretaria de Saúde e deve usar isso para fortalecer sua base política e tentar se manter relevante, seja como deputado ou tentando uma vaga no Senado.
E o futuro de Robson Magela?
O prefeito tem mais quatro anos para mostrar resultados. Seja pra se verem livres dele ou por quererem bem a ele, muita gente quer que Robson Magela entre na disputa para deputado estadual em 2026. Por enquanto, ele não falou no assunto, mas sabe que precisará fazer um bom governo para manter sua relevância política.
A política de Araxá está em uma encruzilhada, cheia de desafios e oportunidades. A alta abstenção nas urnas é um recado claro de que a população quer mudanças e mais representatividade. Nos próximos anos, as peças do jogo político vão continuar se movendo, e quem souber jogar melhor terá grandes chances de vencer. É como um campeonato: quem conquistar a torcida e mostrar resultado em campo vai sair na frente.
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