Dois pesos e duas medidas
- Gi Palermi
- 15 de mar.
- 3 min de leitura
O que aconteceu em 8 de janeiro não foi bonito. Não foi patriótico. Foi um dia de fúria descontrolada, onde a indignação de muitos acabou se transformando em vandalismo. Vidraças quebradas, móveis destruídos, pichações. Mas, o Brasil já viu isso antes – inúmeras vezes. E, estranhamente, só dessa vez a resposta foi implacável. Só dessa vez o sistema decidiu que aquilo não era apenas uma manifestação que saiu do controle, mas um "golpe de Estado". E o preço dessa narrativa tem sido pago por pessoas que, embora tenham errado, jamais deveriam ser tratadas como terroristas ou inimigas da pátria.
E essa afirmação é muito fácil de ser comprovada. Basta uma busca rápida na internet para se deparar com as diversas reportagens do que CUT, MST, MLST e tantos outros movimentos de esquerda já fizeram antes: vandalismo e quebra-quebra. E para refrescar sua memória, faço questão de enumerar quatro delas:
1. A destruição promovida pela CUT em 2017 No dia 24 de maio de 2017, cerca de 35 mil manifestantes, organizados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), tomaram as ruas de Brasília para protestar contra as reformas propostas pelo então presidente Michel Temer. O ato resultou em destruição, confrontos violentos e dezenas de feridos. Ainda assim, ninguém foi condenado por "golpe de Estado", muito menos recebeu penas desumanas como os presos de 8 de janeiro.
2. A marcha do MST que ameaçou o STF em 2014
Em 12 de fevereiro de 2014, cerca de 15 mil militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marcharam pela Esplanada dos Ministérios e ameaçaram invadir o Supremo Tribunal Federal (STF). A situação foi tão grave que ministros tiveram que evacuar o prédio. O resultado? Nenhuma prisão, nenhuma condenação.
3. O caos em Brasília durante os protestos de 2013
No dia 20 de junho de 2013, a capital do país foi palco de uma noite de terror. Movimentos de esquerda, torcidas organizadas e ativistas radicais participaram de atos que resultaram em incêndios e destruição no Itamaraty, além de ataques ao Congresso Nacional. Centenas de pessoas ficaram feridas, incluindo policiais. Mesmo com registros em vídeo das ações criminosas, ninguém foi condenado a décadas de prisão.
4. A invasão do Congresso pelo MST em 2006
No dia 6 de junho de 2006, aproximadamente 500 integrantes do MST invadiram o Congresso Nacional, agredindo brutalmente seguranças e funcionários. Um dos coordenadores de segurança ficou em coma após ser atingido com uma pedra. Os invasores estavam armados e tentaram invadir o gabinete do então presidente da Câmara. O saldo? Nenhuma punição severa, nenhum "golpista" condenado.
Os registros históricos desses episódios não deixam dúvidas: bandeiras de movimentos e partidos esquerdistas estavam por toda parte, provando que as ações foram organizadas e coordenadas. Mas a Justiça, convenientemente, não encontrou um único culpado para punir. Da mesma forma que, até hoje, não se sabe quem mandou Adélio Bispo atacar Jair Bolsonaro.
Quem assiste a esses vídeos e continua acreditando que há normalidade institucional no Brasil ou que o Judiciário age com imparcialidade está, no mínimo, ignorando os fatos. Não há dúvida de que a Justiça se tornou uma ferramenta de perseguição política, violando princípios fundamentais da democracia.
A realidade é clara: não se trata de buscar justiça, mas de impor um plano de destruição do adversário político por meio de métodos inescrupulosos, ilegais e inconstitucionais. E isso, sim, é o verdadeiro golpe.
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