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Reajuste salarial: 26% para chefes, 7% para servidores

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 1 de abr.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de abr.

A Câmara Municipal de Araxá protagonizou nesta terça-feira (1º.abr.2025) um episódio de desfaçatez que dificilmente será esquecido pelos servidores municipais. Em uma só tacada, os vereadores aprovaram um aumento salarial de 26,79% para o prefeito Robson Magela e seu vice, Bosco Júnior, enquanto os demais servidores públicos terão que se contentar com meros 7% de reajuste.

O projeto de lei n° 50 de 2025, que tratava do aumento dos salários do funcionalismo municipal, incluiu de maneira oportunista o aumento desproporcional para os cargos de prefeito e vice. Como ninguém queria se indispor com os servidores, que aceitaram o reajuste em audiência pública no dia anterior, os vereadores se viram de mãos atadas e acabaram aprovando o pacote inteiro.

Cálculo do aumento: um abismo entre chefes e subordinados

Com o reajuste de 26,79%, o salário do prefeito Robson Magela, que antes era de R$ 21.588,00, passará a ser de R$ 27.201,00. Já o vice-prefeito Bosco Júnior, que recebia R$ 16.191,00, verá seu contracheque subir para R$ 20.384,00. Enquanto isso, os servidores que aguardavam um reajuste mais digno, receberam apenas 7%, um aumento medíocre que sequer cobre as perdas salariais acumuladas.

A contradição é gritante: de um lado, o governo municipal alega dificuldades financeiras e "cortar na carne" para justificar o reajuste tímido dos servidores. Do outro, promove um aumento robusto para si mesmo, ignorando qualquer discurso de austeridade.

Vereadores indignados questionam a incoerência

Nem todos os parlamentares engoliram essa medida sem protesto. O vereador Professor Jales destacou que a valorização dos servidores é fundamental para a qualidade do serviço público. Segundo ele, “se você quer serviço de qualidade, valorize os trabalhadores”. Ele também cobrou promessas feitas pelo governo municipal, como a equiparação salarial das auxiliares de serviços gerais e um reajuste maior para o vale-alimentação, que subiu apenas de R$ 650 para R$ 770.

A vereadora Maristela Dutra foi ainda mais incisiva. Lembrou ter ouvido a gestão municipal afirmar que está ‘cortando na carne’. E que esta foi a justificativa para não conseguir dar um reajuste melhor aos servidores. Mas, ao mesmo tempo propõe aumentar em 26,79% os próprios salários. E destacou que na verdade a lei oculta o índice. “Se há tanta dificuldade financeira, por que o prefeito e o vice não receberam um percentual menor, respeitando essa realidade?”, questionou.

O vereador Kaká da Mercearia pediu que a administração Robson Magela e Bosco Junior comece desde já uma análise profunda das contas públicas para fazer um planejamento que consiga arcar o mais rápido possível com o compromisso de campanha eleitoral de dar um vale alimentação de R$ 900 para o servidor público.

 

O que diz a lei aprovada?

O projeto aprovado concedeu:

  • 7% de reajuste para todos os servidores públicos da administração direta e indireta, incluindo concursados, estáveis, contratados, comissionados, inativos e pensionistas.

  • 7% de reajuste para secretários municipais e gestores de entidades da administração indireta.

  • Reajuste do piso da educação, atendendo ao valor estabelecido pelo teto da categoria.

  • Aumento do vale-alimentação de R$ 650 para R$ 770.

  • 26% de reajuste para o prefeito e vice-prefeito, com base no índice inflacionário acumulado desde 2021.

A revolta do funcionalismo e da população

Enquanto os servidores lidam com o aumento insuficiente e os desafios financeiros diários, o prefeito e seu vice garantiram um acréscimo confortável em seus vencimentos. Esse episódio expõe mais uma vez a velha prática política do “façam o que eu digo, não façam o que eu faço”, onde quem está no topo sempre sai ganhando.

O reajuste já foi aprovado e passará a valer, mas a indignação de servidores e da população está apenas começando. Afinal, até quando os governantes continuarão se beneficiando enquanto os trabalhadores pagam a conta?

Projetos aprovados

 

Durante a reunião, cinco projetos foram devolvidos para a mesa diretora e foram colocados em votação. Foram eles:

 

Projeto de Lei nº 27 de 2025 - Dispõe sobre a criação de pontos de embarque e desembarque para taxistas e motoristas que realizam o serviço de transporte individual de passageiros oferecido e solicitado por aplicativos, na cidade de Araxá – MG. Autoria do vereador Kaká da Mercearia.

 

Projeto de Lei nº 29 de 2025 - Fica instituído o Projeto de Empregabilidade "Rumo ao Futuro", com o objetivo de fomentar a inclusão produtiva de cidadãos em situação de vulnerabilidade social, vinculados ao Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), promovendo sua capacitação profissional e sua inserção no mercado de trabalho por meio da articulação entre a Secretaria de Ação Social e o Sistema Nacional de Emprego (SINE). Autoria do vereador Investigador Rodrigo.

 

Projeto de Lei nº 34 de 2025 - Fica revogado o parágrafo 1º do artigo 102 da Lei Nº 7.836, de 30 de junho de 2022, que trata da restrição do aproveitamento do tempo de serviço para servidores que permaneceram desligados do serviço público municipal por mais de um ano. Esta lei não produzirá efeitos retroativos para fins de pagamento de qualquer vantagem financeira ou contagem de tempo de serviço anteriormente vedado. Autoria do Poder Executivo.Projeto de Lei nº 49 de 2025 - Dispõe sobre o Plano de Cargos Comissionados da Prefeitura de Araxá/MG e dá outras providências. Autoria do Poder Executivo. Projeto de Lei nº 49 de 2025 - Fica instituído o Plano de Cargos Comissionados da Prefeitura Municipal de Araxá. Autoria do Poder Executivo.

 

Projeto de Lei nº 50 de 2025 - Dispõe sobre reajuste de vencimentos benefícios e subsídios dos agentes públicos municipais e dá outras providências. Autoria do Poder Executivo.

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