Caminhada iluminada e cidade no escuro
- Gi Palermi
- 21 de mar.
- 2 min de leitura
A administração Robson Magela e Bosco Júnior está investindo mais de R$ 4 milhões na instalação de luminárias ao longo do canteiro central das avenidas Ecológica, Wilson Borges e Dâmaso Drumond. O objetivo? Iluminar ainda mais uma área que já conta com LED em toda a extensão. Enquanto isso, ruas inteiras e praças por diversos bairros da cidade continuam às escuras.
A indignação popular cresce à medida que histórias como a de uma diarista do bairro João Ribeiro vêm à tona. Na última segunda-feira, ela caiu em uma rua escura, não viu um buraco, torceu o tornozelo e bateu a lateral do corpo no meio-fio. Como consequência, perdeu três dias de trabalho e teve seu orçamento doméstico comprometido.
Situações como essa não são isoladas. A rua Vereador Sebastião Xeleco, no bairro Max Neumann, está no escuro há anos, com moradores constantemente pedindo a instalação de postes de iluminação. A falta de luz coloca em risco quem volta do trabalho ou da escola à noite, exposto à insegurança e a acidentes. No mesmo bairro, no Viaduto Max Neumann, no final da rua Uberaba, a iluminação ainda utiliza lâmpadas de mercúrio, uma tecnologia ultrapassada que deixa a via praticamente às escuras.
Outra reclamação vem do bairro Serra Morena, onde a praça Ataíde Jacinto Duarte, após o viaduto do Max Neumann, é uma área inutilizada pela população devido à escuridão. Sem iluminação, o espaço público se torna inviável para lazer e convivência.
O problema também afeta outras regiões. Os moradores do bairro Vila Universitária reivindicam melhorias na iluminação da Praça Afonso Reis, buscando mais segurança e um melhor aproveitamento do espaço público durante a noite. Já na Praça Aguilar Machado Romão, a insegurança toma conta devido à falta de iluminação adequada, deixando o local praticamente inutilizado e vulnerável a ações criminosas.
O que mais revolta os moradores é que os recursos aplicados na "caminhada iluminada" vêm da Contribuição para Custeio de Serviço de Iluminação Pública (COSIP), taxa cobrada na conta de luz dos cidadãos. Esse dinheiro deveria ser destinado à melhoria da iluminação de ruas, praças e bairros que realmente necessitam desse serviço essencial.
Diante de tantos problemas reais enfrentados pela população, fica a pergunta: a prioridade da administração Robson Magela e Bosco Júnior deveria ser iluminar ainda mais uma avenida que já está clara ou atender as demandas de quem vive no escuro? O dinheiro dos impostos que somos obrigados a pagar está sendo bem aplicado? Que Araxá queremos: uma cidade verdadeiramente iluminada para todos ou apenas para poucos privilegiados?
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