Hospital prometido vira miragem em Araxá
- Gi Palermi
- 19 de set.
- 2 min de leitura
O discurso de campanha de Robson Magela era construir um hospital municipal, mas diante do déficit de R$ 4,7 milhões a prioridade virou pagar contas e manter a rede funcionando.
Na campanha eleitoral do ano passado, o prefeito Robson Magela vendeu um sonho: construir um hospital municipal em Araxá. Foi sua principal promessa. Ele dizia que a obra seria a solução para os problemas da saúde, diminuindo as filas e evitando que pacientes da cidade precisassem viajar para Uberaba, Uberlândia ou Belo Horizonte em busca de atendimento. A proposta soou como música aos ouvidos de quem já passou horas na enfermaria da UPA esperando uma vaga.
Reeleito, em novembro de 2024, Robson Magela esteve em Brasília, no Ministério da Saúde, para pedir a inclusão do projeto do hospital municipal no Novo PAC Saúde. O hospital foi apresentado como prioridade. Até se discutiu a área: um terreno ao lado da UPA, pertencente ao Iprema. O desenho estava pronto no discurso. Para quem acompanhava, parecia que, desta vez, a promessa finalmente sairia do papel.
Mas a realidade bateu à porta com força. Nove meses após a posse do segundo mandato, Robson Magela aparece no Portal Imbiara, na quinta-feira (11.set.2025) não por causa do hospital novo, mas porque a rede de saúde atual fechou as contas no vermelho. O déficit é de R$ 4,7 milhões, cerca de R$ 394 mil por mês.
Sem dinheiro para pagar despesas básicas, o prefeito voltou a Brasília. E não para falar de obra nova, mas para pedir socorro: reforço de caixa para tapar o buraco financeiro.
Um contraste que salta aos olhos. De um lado, a promessa grandiosa. Do outro, a dura realidade de não conseguir manter o que já existe. Como acreditar em hospital novo se falta recurso até para garantir remédios, equipes e unidades funcionando?
E não para por aí. Um hospital não nasce do dia para a noite. Exige projeto aprovado, terreno liberado, licenças da Vigilância Sanitária, além de recursos garantidos não só para construir, mas também para sustentar folha de pagamento, insumos, exames e internações. Quem conhece a burocracia sabe: o caminho é longo e caro. Se hoje já falta dinheiro para manter a rede atual, como a administração de Robson Magela e Bosco Júnior vai arcar com os custos de um hospital inteiro?
A verdade é que a promessa ainda não saiu do papel. O que era esperança começa a virar dúvida. O hospital municipal existe no discurso, mas, na prática, a prioridade da gestão está em outra frente: apagar incêndios e evitar que a saúde atual pare de funcionar.
Para o cidadão comum, que acreditou na promessa, fica um gosto amargo. Não se trata apenas de números em planilhas. É sobre gente. É sobre mães que precisam de atendimento para seus filhos, idosos que aguardam por uma cirurgia, trabalhadores que não podem perder tempo em filas intermináveis. O hospital municipal, vendido como esperança, hoje parece uma ilusão. Enquanto isso, o dinheiro mal dá para pagar as contas básicas.




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