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Administração Robson Magela se desmente em audiência

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • há 16 horas
  • 3 min de leitura

Após negar atrasos, secretários admitem que os médicos sempre receberam salários fora do prazo, mas não apresentam soluções práticas. Depois de meses negando atrasos e até chamar médicos de “levianos”, a administração Robson Magela admitiu em audiência de convocação realizada nesta quarta-feira (03.set.2025) na Câmara Municipal que os plantões médicos não são pagos em dia. Mesmo com a revelação, os secretários não apresentaram solução prática para garantir salários dentro do prazo.


A cena se repete em Araxá. Médicos da urgência e emergência trabalham dias e noites para salvar vidas. Mas, quando chega a hora de receber, encontram atraso e silêncio. E, quando reclamam, acusações. Nos últimos seis meses, a administração Robson Magela tem levado, em média, um mês e meio para pagar. É isso mesmo: o plantão feito hoje só é pago quase dois meses depois.


Essa espera traz aflição. Quem está na linha de frente da saúde também tem família, contas, compromissos. O atraso vira humilhação. E a sensação de não ser respeitado.


Negação oficial


Durante todo esse tempo, a administração Robson Magela, através da Secretaria de Comunicação, negava o problema. Chegou a chamar os médicos de “levianos” por denunciarem a situação. Agora, diante dos vereadores, os próprios secretários admitiram: os atrasos sempre existiram.


O secretário de Saúde, Rubens Herbert Batista Miranda, reconheceu:


“É uma situação que, realmente, nós não gostaríamos que isso acontecesse. Estamos sempre fazendo todos os esforços (...) para que isso não seja perpetuado. Estamos sempre atentos a isso, procurando essas programações estarem sempre mais alinhadas, que não seja esse atraso que muitas vezes é questionado, de 30, 20...”

O contrato é claro: o pagamento deve ocorrer até 20 dias após a entrega da nota fiscal. Mas esse prazo virou letra morta. Os médicos seguem recebendo com grande atraso.


Na audiência, o secretário da Fazenda, Arnildo Antônio de Moraes, também admitiu a morosidade do processo:


“Primeiro há o período da prestação de serviço. O mês tem que se encerrar, depois vem a conferência pela secretaria específica, depois a conferência pelo profissional que executou o serviço, para voltar à secretaria de Saúde e fazer a liquidação. Aí sim chega na tesouraria. E não só quanto aos médicos, existe uma programação de pagamento para todos os fornecedores da Prefeitura.”

Piso da enfermagem


Na audiência, também foi discutido o pagamento do piso da enfermagem. O caso é, no mínimo, irracional: o dinheiro vem da União, já está na conta, mas a administração Robson Magela não consegue pagar em dia. Só nesta semana, os profissionais receberam o pagamento referente ao mês de junho no dia da audiência, e ao mês de julho foi quitado nesta sexta-feira (05.set.2025).


Agora, ainda falta o pagamento de agosto. A audiência serviu, pelo menos, para pressionar e garantir dois meses que estavam atrasados, mas o terceiro continua pendente. E ninguém sabe quando esses técnicos vão receber.


Para justificar o problema, a subsecretária de Saúde, Samira Alessandra Reis, informou que todo mês é preciso realizar um aditivo do convênio de repasse do SUS, o que acaba gerando demora.


Pressão dos vereadores


Se a audiência de convocação não trouxe nenhuma solução prática, pelo menos serviu para justificar os médicos. Até então, eles eram tratados como mentirosos dentro da guerra de narrativas implantada pela própria administração Robson Magela por meio da Secretaria de Comunicação.


Os vereadores Maristela Dutra e Professor Jales, que convocaram a audiência, cobraram um plano real para acabar com o problema. A própria Maristela resumiu:


“Todo mês tem esse desgaste, porque os médicos recebem o salário com dois meses de atraso. A Prefeitura já deveria ter esses recursos separados para cumprir as obrigações, já que é possível provisionar. É sabido quantos médicos são, quantas horas de plantão por dia e por mês. Não tem que esperar o trâmite para programar. Dá para programar os recursos antes. Se o dinheiro for programado mês a mês, quando o trâmite burocrático terminar, o pagamento já estará assegurado.”

Eles alertaram: se a situação não mudar, muitos profissionais podem deixar Araxá. Quem perde é a população, que depende do atendimento 24 horas.


Sem solução


Enquanto a administração Robson Magela empurra prazos, a rotina dos médicos continua. Eles já lidam com noites mal dormidas e emergências sem hora para acabar. O que não faz parte da escolha profissional é esperar meses para receber pelo trabalho cumprido com esmero.


No fim, sobra a sensação amarga de injustiça. A administração reconhece o erro, mas não apresenta saída. E os médicos, que não podem abandonar seus pacientes, seguem trabalhando. Com coragem, mas também inseguros e até desmotivados.


A cada mês, o mesmo drama se repete. E a pergunta continua sem resposta: até quando a saúde de Araxá será sustentada pelo sacrifício desses profissionais?

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