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INSS virou pasto de ladrões de farda e gravata

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 26 de abr.
  • 2 min de leitura

Era uma vez um cofre chamado INSS. Um cofre que deveria guardar o suor de milhões de brasileiros, para devolver em forma de dignidade na velhice. Mas, desde 2016, esse cofre vem sendo arrombado — não com explosivos, mas com canetas, senhas e carimbos.

 

Em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou uma lei para tentar conter as fraudes. Parecia que, finalmente, as portas do cofre seriam reforçadas. Mas, eis que o Congresso Nacional resolveu, em 2022, afrouxar uma das travas mais importantes, deixando a porta entreaberta para os ladrões de sempre.

 

E eles não perderam tempo.

 

Entre 2023 e 2024, mais de 1,1 milhão de aposentados e pensionistas foram vítimas de descontos indevidos em seus benefícios, totalizando um prejuízo de R$ 45,5 milhões.  Associações fantasmas e sindicatos foram flagrados cobrando mensalidades e taxas sem autorização dos beneficiários, abocanhando até R$ 70 por mês de cada um. Para quem vive com um salário mínimo, isso é o leite das crianças, o remédio do mês, o pão de cada dia.

 

Em operações recentes, como a que mirou o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), a Polícia Federal descobriu que, entre 2019 e 2024, R$ 6,3 bilhões foram desviados através de cobranças indevidas. O Sindnapi tem como diretor e vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão de Lula.

 

Em setembro de 2024, a CGU finalizou um relatório sobre uma auditoria que verificou indícios de ilegalidades nos descontos associativos dos benefícios previdenciários. O documento indicou que 97,6% dos aposentados e pensionistas do INSS tiveram descontos diretos não autorizados em seus benefícios para pagar sindicatos e associações. O órgão entrevistou 1.273 beneficiários de abril a julho de 2024 em todos os Estados do país. Do total, 96% disseram não participar de nenhuma associação. O relatório sobre a auditoria só foi divulgado na última quarta-feira (23.abr.2025).

 

De acordo com a CGU, a auditoria foi feita depois da identificação de um aumento súbito no montante dos descontos para mensalidades associativas realizados na folha de pagamento dos beneficiários. Segundo a CGU, em 2022, o valor dos descontos realizados foi de R$ 706,2 milhões. Em 2024, o montante mais do que triplicou, chegando a R$ 2,8 bilhões.

 

Enquanto isso, o povo sofre. Aposentados descobrem que alguém está recebendo seus benefícios em outra cidade. Descontos misteriosos aparecem nos extratos bancários. E, quando procuram ajuda, enfrentam filas, burocracia e descaso.

 

O INSS, que deveria ser um porto seguro, virou um campo minado. E os responsáveis por essa tragédia? Muitos continuam soltos, impunes, talvez planejando o próximo golpe.

 

 
 
 

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