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Maura do Barroso muda regras do jogo

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 4 de set.
  • 3 min de leitura

Emenda à Lei Orgânica altera sucessão da Presidência da Câmara, garante controle do Legislativo e pode decidir quem assume a Prefeitura.


A população de Tapira está prestes a assistir a uma mudança nas regras de um jogo que já começou. A bola já rola no campo político, mas uma jogada ensaiada pela administração Maura do Barroso e Jamil pode redefinir as regras no meio da partida e desequilibrar o placar.


Na sessão ordinária da última segunda-feira (1º.set.2025), a Câmara Municipal aprovou, em primeiro turno, uma proposta de emenda à Lei Orgânica que mexe diretamente na sucessão da Mesa Diretora ainda nesta legislatura. O projeto havia sido protocolado na sexta-feira, 29 de agosto, ou seja, chegou para votação sem tempo razoável para debate com a população. O parecer da comissão foi dado já com a reunião em andamento, numa condução apressada que atropelou o rito normal.


Regras atuais


Pelo sistema em vigor hoje, Presidência da Câmara é ocupada em rodízio anual pelos quatro vereadores mais votados, seguindo a ordem das urnas. Isso garante que o eleitorado, e não acordos políticos de ocasião, defina previamente a linha de comando do Poder Legislativo da cidade. A próxima da fila para assumir o cargo seria a vereadora Ana Paula, que não faz parte da base da prefeita. Se a regra atual fosse mantida, em janeiro de 2026 ela seria a presidente da Câmara.


Mudança proposta


Com a mudança aprovada em primeiro turno, a definição tanto do presidente quanto da Mesa Diretora deixa de ser automática e passa a ser feita por eleição direta entre os vereadores. Como a base da prefeita tem maioria na Casa, a votação assegura que a Mesa seja controlada por aliados da administração Maura do Barroso e Jamil, o que inviabiliza a chegada de um nome de oposição ao comando do Legislativo.


Votação dividida


A votação escancarou essa divisão. A favor da proposta votaram Neylson, Leandra, Guilherme, Elizeu e Índio, todos da base, além do presidente da Câmara, Kaká, que também precisou votar porque a matéria exige quórum qualificado. Contra a mudança ficaram Ana Paula, Maria Eduarda e Juninho Resende. O resultado foi decisivo para os planos da administração Maura do Barroso e Jamil, justamente porque retirou de Ana Paula a perspectiva de assumir a Presidência.


Cassação em jogo


E aí entra o ponto que explica a pressa em alterar as regras. A prefeita Maura do Barroso e o vice Jamil foram cassados em primeira instância por compra de votos e abuso de poder. Eles seguem no cargo porque recorrem da decisão no Tribunal Regional Eleitoral, mas se a cassação for confirmada, o Presidente da Câmara assume interinamente a Prefeitura até que uma nova eleição seja realizada e o vencedor diplomado. Ou seja, a Presidência da Câmara não é só uma cadeira simbólica: em caso de queda da prefeita, é ela que decide quem segura a faixa de prefeito até o novo pleito.


Laços familiares


Essa informação ganha ainda mais peso quando se observa os laços de família que cercam o poder em Tapira. A atual prefeita é esposa de Barroso, que governou o município por dois mandatos consecutivos. Já o atual presidente da Câmara, Kaká, é sobrinho do casal, e vem sendo preparado pelo grupo político para ocupar o comando da cidade e garantir que o poder continue nas mãos da mesma família. A mudança na forma de definir a Presidência da Câmara, portanto, não é apenas uma questão burocrática: ela tem impacto direto sobre quem pode assumir o Executivo numa eventual confirmação da cassação.


Bastidores


Nos bastidores, comenta-se que na própria segunda-feira, antes da sessão ordinária, vereadores da base teriam se reunido com o ex-prefeito Barroso para receber orientação sobre o projeto. Se isso for verdade, ajuda a entender por que a votação foi conduzida com tanta rapidez, sem abrir espaço para participação popular ou para o contraditório dentro da Câmara.


Próximos passos


Agora, a proposta precisa passar por segundo turno, o que só pode acontecer dez dias após a primeira votação. Se for confirmada, entrará em vigor de imediato, redesenhando a sucessão no Legislativo e preservando a possibilidade de que, mesmo diante de uma cassação, a cadeira de prefeito interino seja ocupada por alguém do mesmo grupo político que já comanda Tapira há anos. No jogo político da cidade, as regras estão sendo redesenhadas com a bola em movimento, e é a população quem vai assistir, das arquibancadas, a esse embate pelo poder.




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