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A encenação no depoimento de Mauro Cid

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • há 24 horas
  • 2 min de leitura

O depoimento de Mauro Cid ao STF nesta segunda-feira (09.jun.2025), entrou para a galeria dos momentos mais surreais da história recente do Brasil. Um verdadeiro espetáculo de absurdos.

Cid comentou sobre um suposto “plano golpista”, alegando que não leu o documento, não participou da reunião e mesmo assim garantiu: “Eu não estava, mas a conversa era essa.” Como alguém pode dar certeza sobre o que não viu, não leu e nem vivenciou? Esse tipo de declaração seria descartada em qualquer processo sério, mas aqui virou “prova” para sustentar uma acusação grave.

Estamos diante de uma farsa construída em cima de boatos, impressões e versões de terceiros. Não há provas concretas, só especulações. A Justiça virou palco — e dos mais medíocres.

A condução da audiência foi igualmente escandalosa. Desde a reforma do Código de Processo Penal em 2008, o artigo 212 determina que as perguntas devem ser feitas diretamente pelas partes, sem interferência do juiz. Mas Alexandre de Moraes ignorou isso solenemente. Tomou para si o papel de promotor, juiz e parte acusadora — tudo ao mesmo tempo. Um atropelo do devido processo legal.

A cena beirou o grotesco: Cid descrevendo o tal “golpe” como conversa informal de desabafo, e Moraes conduzindo o interrogatório como se soubesse previamente cada pergunta — ao ponto de corrigir a leitura do procurador, como um professor impaciente com seu aluno. Vergonhoso.

O que se viu foi um tribunal de exceção mascarado de legalidade. E o silêncio institucional diante dessa afronta só reforça o clima de coação e medo. Cid parecia intimidado. Quem não estaria?

É triste admitir, mas estamos vivendo uma inversão de valores onde princípios constitucionais, penais e processuais são tratados como obstáculos a serem ignorados. Um processo baseado em suposições deveria ser anulado — se ainda existisse respeito às regras do jogo.

Nada do que foi apresentado até agora incrimina o presidente Jair Bolsonaro. São falas soltas, de grupos paralelos, sem envolvimento direto dele. Mesmo assim, continuam tentando empurrar a história goela abaixo da opinião pública.

O mais angustiante é a sensação de impotência. Medo de falar, vergonha de calar. O Brasil está sendo levado, aos poucos, para um abismo institucional — e quem se atreve a apontar isso, vira alvo.

No fim das contas, o mal continua usando a toga da “justiça” para incendiar o país. E nós, como rebanho, seguimos sendo conduzidos — sem saber se haverá tempo para reverter tamanho estrago.

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