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Araxá sem retorno no contrato do nióbio

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Renovação assinada em Belo Horizonte garante ganhos bilionários à Codemig até 2070, enquanto a cidade que abriga a jazida segue ignorada pelo governo.


O governo de Minas assinou na quinta-feira (30.out.2025) a renovação do convênio com a CBMM para exploração do nióbio de Araxá. O contrato assegura que a Codemig continuará recebendo 25% do lucro líquido do minério pelos próximos 30 anos, com possibilidade de prorrogação até 2070. Ou seja: uma fonte de receita bilionária garantida ao Estado pelos próximos 45 anos.


Mas para Araxá — onde o nióbio é extraído — não há qualquer garantia de retorno direto. Nenhuma cláusula. Nenhum percentual. Nenhuma compensação financeira assegurada. Nada.


A assinatura, feita em Belo Horizonte, foi celebrada como “avanço para Minas”. Aqui, virou motivo de revolta.


Da tribuna da Câmara Municipal, o vereador João Veras fez críticas duras ao governador Romeu Zema nesta terça-feira (04.nov.2025). Com a voz embargada e o peito cheio de indignação, João Veras acusou Romeu Zema — que nasceu em Araxá — de virar as costas para sua própria terra.


“Araxá gera riqueza e não recebe nada em troca.”

Para João Veras a Codemig nunca investiu em Araxá de forma proporcional ao que recebe da exploração do nióbio. Segundo ele, o lucro de 2024 permitiria retorno de R$ 170 milhões por ano para o município se houvesse apenas 1% garantido para a cidade.


O vereador afirmou que o contrato é uma injustiça histórica renovada por mais 30 anos. Ele não economizou palavras:


“O chão mais rico de Minas com um povo esquecido. Isso é imoral. Isso é sacanagem com Araxá.”

Contrato sob sigilo


Outro ponto levantado por João Veras é a falta de transparência. O documento está protegido por cláusulas que impedem o acesso público a valores e detalhes operacionais.


“Querem esconder os números. O povo tem direito de saber o que fazem com a nossa riqueza.”

O parlamentar acusa o governo de agir longe dos olhos da população e de ignorar os impactos diretos da exploração mineral no município.


Enquanto o lucro bilionário segue garantido ao Estado, Araxá continua enfrentando: famílias vivendo em áreas de invasão; falta de infraestrutura em bairros periféricos; dependência de outras cidades para atendimentos de saúde; além de serviços públicos no limite.


João Veras afirma que não está pedindo nada além do mínimo: que parte do lucro gerado pela mina fique onde ela existe.


Ele propõe a criação de um Fundo Municipal Permanente de Investimentos, financiado por uma fração dos lucros do nióbio. Um tipo de “Codemig de Araxá” — para decidir investimentos aqui e não apenas em Belo Horizonte.


“Não podemos aceitar mais 45 anos de riqueza saindo e pobreza ficando.”

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