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Médicos pressionam por pagamento

  • Foto do escritor: Gi Palermi
    Gi Palermi
  • 2 de jul.
  • 2 min de leitura

Sem salários desde abril, médicos da Santa Casa expõem desgaste, medo de retaliação e risco de evasão que pode afetar todo o atendimento do SUS.


A crise no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Araxá se agrava. Os médicos que atuam na unidade continuam sem receber os salários referentes aos meses de abril e maio — e agora já acumulam mais um vencimento iminente, o de junho. Mesmo após a repercussão da nota de repúdio publicada pelos profissionais na última semana de junho, a situação permanece sem solução prática.


Em nova manifestação pública, a médica Daniela Borges Faria, que atua na Clínica Médica e na UTI, relatou o drama enfrentado pelos prestadores de serviço.


“É inaceitável que até o dia 1º de julho ainda não tenhamos recebido nossos honorários de abril e maio”, escreveu.

E alertou:


"Notas repetitivas não pagam contas. Não compram remédio. Não enchem a geladeira".

Segundo ela, os profissionais vêm tentando, há meses, resolver o impasse com a administração da Santa Casa, mas sem sucesso. O sentimento predominante, é o de abandono. “Os responsáveis pela instituição permanecem distantes, pouco acessíveis e desprovidos de empatia com a equipe médica.”


Hospital admite atraso


Diante da nova onda de críticas, a própria direção da Santa Casa publicou uma nota na terça-feira (1º.jul.2025), reconhecendo os atrasos. O hospital explica que os pagamentos aos médicos dependem de um convênio com a Prefeitura de Araxá e que os repasses ainda não foram feitos.


Segundo a nota, houve um atraso na renovação do plano de trabalho com a Secretaria Municipal de Saúde, o que teria impedido a liberação dos recursos.


Ainda de acordo com o hospital, o novo plano foi assinado no dia 5 de junho, o que torna o repasse “apto a ser efetivado”. No entanto, até agora, nenhum pagamento foi realizado.


Pressão sobre os médicos


O descontentamento cresceu ainda mais após denúncias internas sobre ameaças veladas de rescisão de contrato caso os médicos continuem cobrando publicamente seus salários. A médica Daniela reforça que o direito ao pagamento é garantido pela Constituição e que a retenção deliberada do salário configura crime.


“A cada dia sem resposta, aumenta o desgaste emocional, o risco de evasão e o prejuízo à saúde pública”, afirma.

O Código de Ética Médica também prevê que todo profissional tem direito a uma remuneração justa e proporcional à sua dedicação. No entanto, muitos dos médicos estão sem conseguir honrar compromissos básicos, como aluguel, contas de energia e alimentação.


A saúde pede socorro


Enquanto a burocracia avança a passos lentos, a dignidade de quem salva vidas segue esquecida. Os médicos permanecem firmes nos plantões, mas o clima é de exaustão, indignação e desânimo. E a cidade assiste à saúde pública escorrer pelos dedos, por causa de um impasse que parece não comover os responsáveis.


Se nada mudar, Araxá corre o risco de ver sua maior referência hospitalar perder o que tem de mais precioso: os profissionais que a sustentam. E se isso acontecer, não será por falta de aviso.



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